quarta-feira, 8 de abril de 2009

ESTADO X MST

Uma entrevista mostrada pela rádio Gaúcha a menos de meia hora veio a comprovar aquilo que todos já sabem mas ninguém quer acreditar: a desvalorização total - para ser bem simpático - da educação no Rio Grande do Sul. A entrevista trouxe as palavras de um procurador de justiça encarregado das relações entre o Ministério Público(MP/RS) e as escolas itinerantes. Estas últimas, caso alguém ainda as desconheça, são aquelas pequenas escolas formadas dentro dos acampamentos do MST e que - ao que me parece - não são regulamentadas pelo Estado. Ora, a educação - sob o meu ponto de vista, é claro - é um direito de todos, mas acontece que este direito está apenas no ECA,na LDB, na CF/88 etc. Na prática, o que se vê é um Estado completamente incompetente e derrotado frente aos problemas educacionais. Ou seja, sem condições de investir o mínimo necessário para que se tenha uma educação de qualidade.Daí a afirmação do nobre procurador:"É melhor não ter educação do que ter a educação das escolas itinerantes". Quer dizer, uma questão ideológica é que está em jogo - ou o MP quer fazer cumprir a lei?Claro que não!Penso que o que incomoda ao Estado é o fato de estas escolas ensinarem aos seus alunos a preservarem o seu movimento. Nada mais justo!Cada instituição ( ou o MST não é uma instituição?) defende uma posição, assim como o próprio Estado - que também é uma instituição.O Estado sempre implantou nas escolas públicas uma doutrina na qual ele seria sempre o ser superior e teria sempre de ser respeitado. A pergunta:o Estado faz por merecer respeito - neste caso - seguindo a questão da educação? De novo: claro que não!
Daí a lógica da resposta do procurador: ser um completo ignorante é muito melhor do que saber um pouquinho! O saber das massas é uma arma contra o domínio ideológico do Estado, por isso uma casa popular ao invés de educação de qualidade, PROUNI e outros ao invés de um ensino básico forte!É a famosa política do pão e circo: alimento e diversão! A massa não precisa de mais nada!

3 comentários:

  1. carp Perazzoni,não é só no Rio Grande,é no Brasil inteiro.Está mais do que na hora do governo acordar para esse problema gravíssimo.
    abraço.james.

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  2. Caro,
    infelizmente o MST NÃO é um movimento estabelecido legalmente (nem JAMAIS será), por razões obvias, não ter tal representação legal é uma defesa para os integrantes e, principalmente para os chefes (não líderes, aqueles não merecem tal denominação) desse "movimento", afinal como pode-se processar algo que não existe? O movimento é uma ABERRAÇÃO LEGAL!
    Aliás como se defende um fazendeiro, senão pelas armas, de gente armada que entra na sua casa (ou fazenda) e faz o que bem entende? Imaginem se o MST se tornasse o MSC (Movimento dos Sem Casa, já temos algo nesse molde, acho) e, de repente, alardeasse que a sua casa, ou a casa do seu pai, do seu irmão, de um amigo seu ou de quem quer que seja "é improdutiva e muito grande, a pessoa chega sai de casa as 6 da manhã e só volta às 9 da noite, a casa é improdutiva e tem que ser SOCIALIZADA!" consegue imaginar?
    Pois bem, sobre as escolas acredito que, se ensinassem a realidade e como enfrenta-la para melhorar de vida e não o mundo paralelo e utópico (no mal sentido) do Socialismo seriam sim, muito, repito MUITO bem vindas, nosso ensino público é muito muito ruim mais ainda não chegou aos pés de dizer aos 4 ventos que a "luta armada é o caminho do povo para o poder", apesar de estar começando a fazê-lo (vide: www.escolasempartido.com.br).
    Por fim acredito que o Sr. como pertencente a uma elite Brasileira (aqueles que estudam, com dificuldade é verdade, em Faculdades públicas) deveria se informar através de mais fontes e passar a defender quem realmente luta por direitos plausíveis e quem ataca esses direitos em benefício próprio (vide PT e mensalão),
    "o que me preocupa não é o grito dos maus mas o silêncio dos bons"
    e uma frase de Roberto Campos: "No meu dicionário, 'socialista' é o cara que alardeia intenções e dispensa resultados, adora ser generoso com o dinheiro alheio, e prega igualdade social, mas se considera mais igual que os outros".

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  3. Prezado Fernando:
    Em primeiro lugar peço sinceras desculpas pela demora do retorno. Agora sim algumas observações referentes ao seu comentário.
    Não acho que seja produtiva a comparação que fizeste entre casa/terra.Afinal de contas,não se pode plantar uma safra de arroz no quarto e uma safra de milho na cozinha!
    Quanto ao "ensinar a realidade", penso que cada sociedade ensina a sua , a capitalista , a socialista ...Como estamos em uma sociedade capitalista,nada mais justo que só pensar (e ensinar-consequentemente)no lucro.Daí as falcatruas tanto do MST como em qualquer parte da política nacional.Ou seja,todos querem ganhar!
    Quanto ao ler mais fontes,sugiro que me indique algumas interessantes, pois acho que as minhas perderam validade!
    Por fim,o conceito que se dá ao termo "elite" é muito complexo, portanto não podemos tirar comclusões precipitadas de posição social, mas sim temos que compreender o caminho percorrido para que se alcance tal posição.
    Grato pelo comentário e espero que visite sempre este bolg!

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