terça-feira, 16 de junho de 2009

Um segundo

Quando um bando de homens resolve solucionar problemas por meio de uma guerra, todos sabemos os riscos que isto pode acarretar. Desta forma, a possibilidade de que algo de errado se apresente imediatamente áqueles soldados que resolvem aderir ao conflito é muito grande. Todos eles correm o risco de tomar um tiro na cabeça ou no coração e apagar ali mesmo, durinho como pedra de mármore. A indústria bélica tem crescido bastante neste sentido: produzir máquinas cada vez mais úteis e certeiras na " arte de matar " . Portanto, quando se entra em um campo de batalha , são remotas as chances de sair vivo . Esta é a mais pura verdade e ninguém jamais poderá mudá - la . Assim também acorre com guerra do tráfico de drogas. Grupos rivais se exterminam - isso quando as autoridades não resolvem entrar num " Caveirão " qualquer e invadir regiões dominadas por criminosos e traficantes de drogas - na esperança de alcançar uma hegemonia que pode não passar de um sonho. São , na verdade , mortes anunciadas . Daí o motivo de tanta festa na recepção dos sobreviventes de determinada guerra ; tanto do tráfico , quanto entre regiões globais . Nestes casos , a morte seria a regra e não a exceção .
Outro tipo de tragédia que também pode ser concebida como anunciada é aquela que diz respeito à velha combinação " trago e direção ". Uso o termo " trago " porque existe muita diferença entre beber e tomar um " trago " . Portanto , quando uma pessoa toma além daquilo permitido , ou seja , um " trago " e vai levar a família para casa depois de uma festa ou vai pegar a estrada com amigos depois de momentos de curtição , as chances de se provocar uma tragédia são muito grandes . Veja bem ; muito grandes não quer dizer 100 % de chances , pois sempre tem aqueles que - mesmo bebendo demais - conseguem manter uma postura defensiva frente ao volante . Mas as estatísticas estão aí para provar justamente o contrário : a grande maioria dos acidentes de trânsito é provocada por uso abusivo de bebidas alcóolicas e a seguinte condução dos veículos automotores .
Dois tipos de morte anunciada : a guerra e o trânsito , no caso citado .
Mas queria trazer uma questão : e quando a morte não é anunciada ? Será que estamos prontos para receber a notícia de alguma perda importante ? Como reagiríamos em tal situação ? Uma história é o que acompanhamos através dos veículos de informações , outra é enfrentar a dor da perda na nossa realidade . Quando somos pegos de surpresa parece que demora a " cair a ficha " . Isso porque estamos esperando que nada de ruím aconteça , sempre . Por outro lado , e aquele que perdeu a vida logo cedo em virtude de algum imprevisto , sem mesmo ter a chance de se defender ? Então pensamos : " coitado ! Tão novo ? ! " . São crueldades que só ela pode fornecer e deixar - nos sem explicações : a vida . É ela como as águas de uma correnteza : uma hora ela vai ; e , na outra , ela volta - sem sequer deixar vestígios . Ás vezes trilhamos caminhos que por um segundo nos separam da outro lado . Basta um sorriso , um carinho e - por fim - um abrir de olhos . É o suficiente para saber que se abrirmos os olhos no laranja , provavelmente fecharemos os olhos no vermelho . E desta vez para nunca mais abrí - los .

2 comentários:

  1. Por isso, temos que ficar atentos a todo o momento. Um segundo, uma fração de segundo de atenção a mais, faz a diferença na hora de um acidente.

    =D

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  2. Valeu pelo comentário lá no blog, Gui!

    Bons trabalhos sempre são reconhecidos - teu blog é exemplo disso também! =DDD

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