sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Pai e filho .

Sabe quando você anda pela rua e algo lhe chama a atenção ? Qualquer coisa ; um carro , um animal qualquer , um ( a ) garota ( o ) , um apressadinho que vai se enfiando na frente de todos sem recentimentos - o que , por sinal , é mais do que normal - , uma cena ? Pois é , compreendo que a correria diária não nos permite perder tempo com observações irrelevantes . Andamos por aí como animais , visando apenas chegar a um determinado local - custe o que custar . Muitas vezes não queremos ver o que se passa ao nosso lado , na nossa cara . No entanto , por algum motivo , certas cenas abservadas povoam nossa mente a ponto - por exemplo - de inspirar a elaboração de um texto . Não vou negar que muitas vezes , principalmente quando estou com o rádio ligado - tenho um celular que não mais o é , perdida a linha , não serve para nada a não ser ouvir rádio - não consigo processar o mundo a um palmo da minha cara . Literalmente viajo na maionese !
Mas o dia de hoje foi muito especial . Diferente , manja ? O motivo ? Uma cena que jamais imaginaria que fosse possível de acontecer . O dia tornou - se mais alegre . Percebi que talvez fosse muito mais importante observar a vida cotidiana por um outro ângulo .
Eis a cena : um pai chega na parada com o seu filho , onde este aguardaria o coletivo . Por alguns intantes , falavam sobre a escola , tema de casa e trabalhos . Pouco depois , a pauta era sobre o futebol . Não me pergunte se sobre o Grêmio ou sobre o Internacional , há uma forte possibilidade de que fosse dos dois . Depois de mais ou menos sete minutos de conversa , chega o ônibus o qual o rapaz aguardava . Para a minha surpresa , no momento da despedida de ambos , o jovem joga - se sobre o seu pai e agarra - lhe em um caloroso e demorado abraço . Uma cena indescritível ! Juro ! Seguindo o abraço , veio um beijo do filho no rosto do pai e este retribuindo com grande carinho . Senti no rosto do motorista do veículo um pingo de inveja . Suponho que ele estivesse sonhando em também receber um afeto daqueles do seu filho . O jovem subiu a pequena escada que conduz para dentro do ônibus desejando que o pai tivesse um bom dia , disse - lhe : " tenha um bom dia pai ! Te cuida ! " . E embracou .
Achei lindo o gesto , a forma como tudo aconteceu . Cenas que marcam o coração , até mesmo , das mais amargas criaturas . Por isso penso que precisamos ver as coisas de forma diferente . Não é o ato de dar um beijo no pai . Isso qualquer um pode fazer ! É forma como acontece a troca de afetos . É a família unida por laços de carinho que julguei talvez nem existir mais . Talvez por isso tenha me impressionado a cena . Era um jovem que beirava os 18 ou 20 , sei lá , por aí . Não passava disso . Fiquei feliz e sorridente ! Transmiti este sorriso para quem cruzasse pelo meu caminho . Não pela cena do beijo , mas por - através dele - compreender que a família ainda é maior das maiores instituições ! E isso me alegra , me fascina !

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