Gostaria de compartilhar com os meus leitores uma dramática história que chegou ao meu conhecimento no dia de hoje ( 29 / 09 / 2009 ) . Para prevenir eventuais revides , ou demais problemas , preservarei o nome da pessoa que cedeu – me esta entrevista . De origem humilde e muito trabalhador ( a ) , apareceu esta pessoa com um determinado propósito , mas acabou desabafando com toda a sinceridade , como se este pobre que aqui escreve pudesse fazer algo para lhe ajudar .
Não se trata de uma entrevista formal , mas sim de anotações sobre momentos difíceis vividos e relatados pelo ( a ) entrevistado ( a ) . Por precaução , também não mencionarei o local onde acorreu o fato , bem como os nomes das partes envolvidas . Apenas afirmo que o ocorrido se deu em uma vila .
Eis o fato :
Uma família - composta por esposa , marido e filhos - possui um bar à pouco regularizado pelos sistemas vigentes . Por falta de recursos , o casal demorou para conseguir um alvará de funcionamento . O estabelecimento funciona na parte da noite , hoje , devidamente regularizado . Deste bar é que surge a renda de toda a família em questão . Até aí nada de novo , mas o chocante está a caminho .
Em uma noite de bastante movimento , para a alegria dos proprietários , a autoridade policial invade o recinto de forma violenta , derrubando tudo pela frente , mesas , cadeiras . A mulher é atacada e agredida por um policial ( apesar de não ser necessário , o ( a ) entrevistado ( a ) me apresenta as provas , ocorrências , exames médicos ... ) . As crianças foram atiradas na parede de forma violenta , como se o ECA fosse apenas uma ilustração para os jovens . A filha mais velha do casal , à época dos fatos com 15 anos , foi chamada de vagabunda por aqueles que deveriam passar segurança ! Repito : “Vagabunda” ! Os seus outros irmãos choravam sem entender nada , enquanto a família passava pelo maior momento de humilhação de sua vida , segundo os relatos desta entrevista .
Passado o susto , a família entrou na justiça para requerer os seus direitos , afinal não foram poucos os abusos cometidos pelos “brigadianos” , naquela noite . Para a minha surpresa , o advogado da família aconselha a mesma a desistir do processo . Por quê ? Segundo ele , que já tem experiência em casos como este , seria melhor a família abandonar a ação , pois a autoridade policial poderia arrumar uma forma de fazer com que o homem , chefe da família e do bar , fosse condenado . Sabe como é , aquela velha história do policial que coloca droga no teu bolso para te detonar ! Creio que todos já conhecem histórias do tipo . Neste caso , a droga seria colocada no bar – segundo o advogado – para criar o ato ilícito denominado de tráfico de drogas . Por esse motivo a ação foi suspensa . A única coisa que a família conseguiu foi o afastamento do policial que agredira a mulher . O seu marido , que havia apanhado dos homens da lei , foi obrigado a passar por agressor para não sofrer consequências mais graves . Esta é a triste história .
Segurança publicar , respeitar ou punir ?
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