No início desta semana( se não estou enganado na
segunda-feira) estava no centro de Porto Alegre esperando o coletivo para
retornar para casa. Todos sabem que o centro é sempre uma área de intenso
movimento, onde as pessoas – muitas vezes – caminham com uma pressa realmente
impressionante. Em um ambiente como este, é difícil encontrar algo que chame a
atenção, pois tudo acontece de forma acelerada.
No entanto, passados uns dois minutos desde a minha
chegada, o ato de uma moça me despertou interesse. Era uma moça por volta dos
trinta anos de idade, aparentemente. Vestia uma roupa simples e ainda tenho em
mente detalhes da sua bolsa escura e levemente danificada.
Na verdade, não tive motivos, mas o fato é que
comecei a olhar aquela mulher intensamente. Estava a segui – la com os olhos!
Em um determinado momento, ela parou em uma esquina e acendeu um cigarro.
Caminhou alguns passos e aproximou – se de um vendedor ambulante: comprou uma
pequena garrafa plástica. Não consegui identificar se era água, refrigerante ou
suco.
Como o meu coletivo demoraria mais alguns instantes a
chegar, permaneci com o rádio ligado e a mochila nas costas, os olhos não saíam
daquela mulher. E os minutos foram passando até que chegou um momento em que ela
começou a olhar para os lados parecendo procurar alguém. A garrafa já estava
vazia e o cigarro liquidado. Neste momento, a moça atravessou a movimentada rua
e andou por quase uma quadra inteira. Encontrou o que estava procurando: uma
lixeira. Largou a garrafa e os restos do cigarro e dirigiu – se para a sua
parada.
Quer dizer, uma atitude louvável e completamente
rara. Em situações normais, as pessoas costumam sujar a cidade. Jogar papel de
bala pelas janelas dos ônibus ou atirar sujeira pelas ruas é tão normal quanto
fumar um cigarro sem respeitar quem está por perto. O exemplo desta moça
deveria ser, sempre, seguido: isolou – se para fumar o seu cigarro e andou
bastante para não sujar a cidade. Uma atitude brilhante!
Hoje, dias após este ocorrido, sai uma reportagem no
jornal demonstrando que a Prefeitura gasta 9 mil R$ por dia para retirar
resíduos dos arroios da cidade. Isso quer dizer que as pessoas sujam muito mais
do que preservam. Simples assim, basta andar pelas ruas e perceber a sujeira:
garrafas, latas, papel de bala, tocos de cigarro e muito mais.
Enfim, enquanto escrevo este texto, provavelmente
muitas pessoas estejam sujando e poluindo a cidade. Ao contrário, quando eu
andar pela rua, gostaria de ver bons exemplos, quero ver pessoas educadas que,
assim como aquela moça, tenham a
educação mínima necessária para manter a cidade limpa. Esse sonho é possível!
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