terça-feira, 1 de maio de 2012

Refletindo a violência nas escolas!


Este texto surge de uma reflexão entre o texto “A violência na escola: Conflitualidade social e ações civilizatórias” do professor José Vicente Tavares dos Santos e algumas entrevistas realizadas por professores de Ensino Médio que atuam em diversas disciplinas.
Ainda que a complexidade do tema não permita uma abordagem exata, procurei propor algumas reflexões relevantes a partir de algumas respostas que tornaram – se comuns aos professores.
Como o próprio título do texto indica, a “conflitualidade social” vai muito além dos limites da escola. Talvez pelo motivo no qual o professor José Vicente nos indicou: “desencontro entre a instituição escolar e as particularidades culturais das populações pobres das grandes cidades” .
Nas entrevistas coletadas com professores de Ensino Médio de diferentes disciplinas, no que refere – se à violência na escola, percebe – se uma grande preocupação no sentido de que as formas culturais dos alunos precisam ser absorvidas pelos professores. No entanto, grande parte destes professores argumenta que também precisa receber dos alunos um respeito maior.  Segundo José Vicente: “o espaço da violência escolar expressa nas crescentes fraturas nas instituições socializadoras, tais como a família e a escola” . Neste sentido, as famílias também teriam uma importância muito grande no processo de aprendizado das crianças e dos jovens.
Outra questão que também não pode ficar marginalizada, nesta discussão, é a forma como os professores estão tratando o tema da violência com os seus alunos. Estariam eles preparados para tratar sobre tal assunto? A questão me parece não de preparação, mas de iniciativa. Por exemplo, para que os professores trabalhem a questão da violência escolar em sala de aula, é necessário que tenha acontecido algum caso na escola onde trabalham ou locais próximos a ela. Em outras palavras, para grande parte dos professores entrevistados, a violência precisa se fazer presente para que a discussão entre na sala de aula; do contrário, vamos consumindo atos violentos vindos de outras escolas e de outros locais.
Um outro aspecto que foi identificado nas entrevistas foi aquele que se refere à violência contra a pessoa. Neste contexto, os argumentos dos entrevistados estão baseados na forma como a família e o meio social atuam na vida de cada aluno.
Respostas como: “A violência, na maioria dos casos, ocorre porque eles recebem isso dos pais, da mídia, do ambiente em que estão inseridos”; “Uma família que não possui uma estrutura decente para seu filho, certamente refletirá na sua conduta na escola e na sociedade”; e, por fim, “A violência é mais evidente pela crise de autoridade dos responsáveis”; estiveram sempre presentes; direta, ou indiretamente.
Enfim, em uma passagem do texto de José Vicente, ele cita um outro autor que faz uma observação muito relevante ao referir – se à questão da violência: “as regras do mundo da rua se intrometem na vida escolar de forma direta”. Entretanto, para a maioria dos nossos entrevistados, não apenas a rua tem intromissão direta na vida escolar, mas também a família e tudo que envolve a cultura de cada um e o que eles aprendem ao longo do seu desenvolvimento.

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