Este texto surge de uma reflexão entre
o texto “A violência na escola: Conflitualidade social e ações civilizatórias” do
professor José Vicente Tavares dos Santos e algumas entrevistas realizadas por
professores de Ensino Médio que atuam em diversas disciplinas.
Ainda que a complexidade do tema não
permita uma abordagem exata, procurei propor algumas reflexões relevantes a
partir de algumas respostas que tornaram – se comuns aos professores.
Como o próprio título do texto indica, a “conflitualidade
social” vai muito além dos limites da escola. Talvez pelo motivo no qual o
professor José Vicente nos indicou: “desencontro entre a instituição escolar e
as particularidades culturais das populações pobres das grandes cidades” .
Nas entrevistas coletadas com professores de Ensino
Médio de diferentes disciplinas, no que refere – se à violência na escola, percebe
– se uma grande preocupação no sentido de que as formas culturais dos alunos
precisam ser absorvidas pelos professores. No entanto, grande parte destes
professores argumenta que também precisa receber dos alunos um respeito maior. Segundo José Vicente: “o espaço da violência
escolar expressa nas crescentes fraturas nas instituições socializadoras, tais
como a família e a escola” . Neste sentido, as famílias também teriam uma
importância muito grande no processo de aprendizado das crianças e dos jovens.
Outra questão que também não pode ficar
marginalizada, nesta discussão, é a forma como os professores estão tratando o
tema da violência com os seus alunos. Estariam eles preparados para tratar
sobre tal assunto? A questão me parece não de preparação, mas de iniciativa.
Por exemplo, para que os professores trabalhem a questão da violência escolar
em sala de aula, é necessário que tenha acontecido algum caso na escola onde
trabalham ou locais próximos a ela. Em outras palavras, para grande parte dos
professores entrevistados, a violência precisa se fazer presente para que a
discussão entre na sala de aula; do contrário, vamos consumindo atos violentos
vindos de outras escolas e de outros locais.
Um outro aspecto que foi identificado nas entrevistas
foi aquele que se refere à violência contra a pessoa. Neste contexto, os
argumentos dos entrevistados estão baseados na forma como a família e o meio
social atuam na vida de cada aluno.
Respostas como: “A violência, na maioria dos casos,
ocorre porque eles recebem isso dos pais, da mídia, do ambiente em que estão
inseridos”; “Uma família que não possui uma estrutura decente para seu filho,
certamente refletirá na sua conduta na escola e na sociedade”; e, por fim, “A
violência é mais evidente pela crise de autoridade dos responsáveis”; estiveram
sempre presentes; direta, ou indiretamente.
Enfim, em uma passagem do texto de José Vicente, ele
cita um outro autor que faz uma observação muito relevante ao referir – se à
questão da violência: “as regras do mundo da rua se intrometem na vida escolar
de forma direta”. Entretanto, para a maioria dos nossos entrevistados, não
apenas a rua tem intromissão direta na vida escolar, mas também a família e
tudo que envolve a cultura de cada um e o que eles aprendem ao longo do seu
desenvolvimento.
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