quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Uma arma na minha cabeça!


“Mãe e filho policial mortos em lancheria”; “PM atira em suspeito em estação do trensurb”. Notícias como estas estão cada vez mais freqüentes na capa dos principais jornais pelo país. Pelos quatro cantos, a criminalidade não para de crescer, e com ela: o medo. Medo de ser assaltado; medo de perder a vida por quase nada. Enfim, medo!
Pois os recentes fatos ocorridos na esfera criminal, em especial, estes dois acima referidos, trouxeram – me a lembrança de um dos momentos mais difíceis ao longo destes, bem vividos, 32 anos de vida. Um momento em que eu posso afirmar com toda a certeza: eu tive medo!
Nos dias de hoje, não raramente, tenho presenciado delitos de todas as maneiras. Isso fez com que eu me tornasse uma pessoa mais calma diante de atos violentos ou atos que colocasse em risco a vida de qualquer pessoa. Com o tempo, aprendi a lidar com uma arma. Aprendi a suspeitar de que quanto mais a mão de um criminoso que porta uma arma  tremer, maior a chance de ele estar com um alto grau de nervosismo; portanto, mais propício a cometer um crime de maior gravidade. Mas veja, caro leitor, isso eu não aprendi lendo noticiários ou ouvindo especialistas; aprendi com a vida, que muitas vezes me colocou em sério risco de morte.
E naquele final de tarde de um dia qualquer, como disse anteriormente, senti medo. Muito medo! Foi um momento em que pareceu que alguém apertou o STOP e minha vida ficou congelada por alguns instantes. Instantes em que entrei em um bar que estava sendo assaltado por dois homens armados! Aquela velha história de estar no lugar errado, na hora errada. Provavelmente, se eu tivesse chegado um minuto depois não estaria escrevendo este texto, nesta tarde.
Sim, os fatos!
Era fim de tarde e o bar era conhecido, eu estava com desejo de beber um vinho. Simples, não? Os amigos sempre me recebiam de forma cordial: “Fala alemão!”; “Como vai esta vida de correrias?”. Mas naquele dia tudo era silêncio. Um homem parado, bem na frente do local onde encontravam – se as frutas, me chamou a atenção. Entrei no bar e o ele fitou – me com um ar de gente brava. O clima era tenso; havia algo de errado, pensei.
Segundos após, cheguei próximo ao caixa para fazer algumas consultas ao meu amigo, dono do bar. Neste instante, havia um outro homem escorado no balcão. Eu jamais o tinha visto na vida! O meu amigo me respondeu de maneira séria, sem apelidos ou brincadeiras. Então, eu tive certeza: havia, mesmo, algo errado!
Na verdade, quando esbocei algum pensamento, o homem do balcão se virou rapidamente e colocou o seu revolver repleto de ferrugem na frente dos meus olhos. “É um assalto! Me dá o dinheiro e tudo o que tu tem!” Senti medo! Nunca tinha passado por situação semelhante. A mão do homem tremia e parecia que a minha morte era uma coisa certa!
Felizmente, o assalto terminou sem nenhum ato mais grave. Os dois assaltantes levaram uma quantia insignificante (Ou meu amigo seria tão vacilão a ponto de deixar todo o faturamento do dia dentro da gavetinha do caixa? ) e um vale de R$ 4,45 reais que eu tinha para comprar o meu vinho. Nada mais!
Enfim, anos após este acontecido, nada mudou! Muito pelo contrário, a criminalidade cada vez mais aumenta e a população não tem outra saída a não ser se esconder em um medo sem fim. Um medo como aquele que senti, naquele bar, naquela tarde. Um medo que a vida talvez já tenha me moldado para não sentir, hoje em dia, com tamanha intensidade. Um medo que pode acarretar em conseqüências muito mais graves, como aquelas das notícias da primeira linha deste texto.

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