sexta-feira, 15 de março de 2013

OAB, um exame e duas questões.



Dias atrás, acompanhei pela imprensa uma notícia na qual a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pedia ao Ministério da Educação providências quanto ao grau de qualidade dos cursos de Direito, que são criados pelos quatro cantos do país. Neste sentido, a OAB demonstra preocupação com o índice de reprovações e pela grande dificuldade que os candidatos enfrentam para alcançar a aprovação em sua prova.
Atualmente, muitos candidatos têm enfrentado grandes dificuldades para conseguir a aprovação no exame da Ordem dos Advogados do Brasil. Ora, sabemos que não é permitido o exercício da advocacia sem a autorização de tal instituição. No entanto, o pensamento circula por volta das seguintes questões: seria, mesmo, interesse da OAB realizar um teste tão complexo apenas para testar a habilidade e o conhecimento dos futuros advogados? Não estaria ela, a OAB, descumprindo a própria Constituição, no momento em que impede os reprovados de exercerem livremente a sua profissão?
Penso que a primeira questão mostra, sim, uma preocupação da OAB em relação ao conhecimento dos futuros advogados. Mas não apenas isso! Refiro – me a uma outra questão que influencia de forma direta: a econômica. Por exemplo, por que os valores cobrados para a realização do teste são tão altos? Talvez o mais interessante fosse a instituição isentar os candidatos, uma vez que grande parte deles tem de realizar a prova mais de uma vez!
Por outro lado, outro fator de forte influência é a grande presença de cursinhos preparatórios para o exame. Em outras palavras, todos ganham: cursinhos e a OAB. Então, parece claro que os mais prejudicados são os candidatos que não conseguem a aprovação; ou seja, a grande maioria, formando a opinião de que o exame tem uma forte conotação arrecadatória.
Sobre a segunda questão, penso que a OAB não deixa de ser autoritária ao impedir que graduados exerçam a sua profissão. Neste sentido, vai contra a Constituição, pois impede que os cidadãos exerçam a profissão de sua livre escolha.
Uma possibilidade de resolver a questão seria a realização de uma prova opcional. Ou seja, cada graduado com livre decisão de realizar, ou não, o teste. Desta forma, a OAB poderia educar os cidadãos no sentido de buscar os melhores serviços, caso tenha a convicção de que os melhores tenham a sua autorização.
Por fim, penso que estes dois problemas poderiam ser muito bem resolvidos. Por outro lado, acredito que os fatores envolvendo dinheiro e lucros estejam impedindo diretamente a resolução de tamanha questão. Na verdade, existe um jogo de interesses por trás deste problema. Questões políticas e econômicas jamais deixarão de ser as principais delas.
A OAB pode procurar o Ministério da Educação para fazer cobranças. E será que alguém pode procurar a OAB para responder a essas duas pequenas e simples questões?

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