segunda-feira, 20 de maio de 2013

A fome e a vontade de comer!



Um assunto de importância é aquele que ultrapassa a fronteiras das redes sociais, a grande - e nada imparcial - imprensa e atinge a cada indivíduo, isoladamente. Em especial, quando estamos tratando de Saúde Pública, a atenção deve ser ainda mais destacada. Neste contexto, gostaria de trazer uma reflexão sobre a grande polêmica que está acontecendo na sociedade brasileira a cerca da contratação de milhares de médicos que virão do exterior para atuarem em cidades interioranas, aqui no Brasil.
O título deste texto não parece, ou não tem nem uma relação com tal assunto, mas no decorrer do seu desenvolvimento, conseguiremos ter uma percepção melhor da relação Título / Texto. Pois bem, deixo, desde já, claro que não estou saindo em defesa dos médicos que já atuam no Brasil (Pelo menos nas grandes cidades e muitos no interior), bem como a suas corporações, que já os defendem com unhas e dentes. Muitos menos, a intenção destas palavras é aprovar a iniciativa das autoridades, que ao longo de séculos de negligência transformaram a saúde pública neste caos!
Vamos aos fatos!
Alguém poderia imaginar a contratação de milhares de agentes penitenciários para exercer as suas atividades em presídios sem aparelhamentos suficientes ou comandados por forças criminosas, sem a menor segurança? Mais ainda, alguém poderia imaginar (E creio que isso já esteja acontecendo) um concurso para a contratação de milhares de professores para exercerem a suas atividade em escolas precárias, onde muitas delas não apresentam nem um “quadro negro” de qualidade para os mestres trabalharem?
Pois é isso mesmo, desculpem a ignorância, que penso estar acontecendo com essa tal contratação de milhares de médicos para trabalharem nas cidades do interior do Brasil. Penso que o sistema de saúde das grandes cidades já sofre muito com a falta de recursos investidos pelo governo, imaginem em cidades mais afastadas dos grandes centros urbanos! Para comprovar esta análise, basta perceber quantas pessoas realizam uma imensa peregrinação de suas cidades em busca de atendimento nos hospitais melhores aparelhados de Porto Alegre, por exemplo.
E isso ocorre por quê, senhores? Não acredito que seja por falta de profissionais, mas sim pelo simples fato de muitos pacientes se encontrarem como problemas de saúde que não baste o mínimo para resolver. Em outras palavras, qualquer atendimento um pouco menos estável requer a transferência para atendimentos mais complexos, com estruturas mais complexas, que os hospitais do interior jamais possuíram.
Junte – se a isso (Fome – falta de investimento do governo em estrutura na Saúde Pública, precarizando cada vez mais atendimentos de maior complexidade), também as expectativas dos médicos estrangeiros de conseguir um emprego fora de seus países (Vontade de comer – melhor expectativa de vida). Dessa forma, parece claro que os estrangeiros estejam dispostos a deixarem suas pátrias por não receberem ofertas onde possam exercer suas atividades, mesmo que recebam pouco para isso.
Por fim, a minha visão é de que contratar agentes penitenciários é muito mais fácil do que construir presídios e aparelhar o sistema, buscando a sua melhoria Realizar concursos visando à contratação de professores é muito mais fácil do que oferecer escolas dignas, com estruturas adequadas que garantam um ensino de qualidade. No caso em análise, parece muito mais fácil (Diga – se mais barato) trazer estrangeiros dispostos a exercerem a atividade médica, mesmo que equipamentos estejam em situação precária, mesmo que pacientes em estados mais graves continuem morrendo por falta de atendimentos mais complexos.
Retirados os debates entre entidades médicas e prefeitos; debates ideológicos que estão propagando um show de humor via redes sociais, acredito que esta contratação de estrangeiros não vai melhorar o sistema de Saúde Pública. Sabem porquê, amigos? Porque a saúde é como o esporte (E aqui refiro – me à Copa do Mundo), não basta ter mão – de – obra barata, é preciso profissionais de qualidade e, muito mais, investimentos em estruturas para que possamos trabalhar com um sistema de Saúde Pública eficiente e competente e de qualidade.

Um comentário:

  1. Bá, disse tudooo!!! É beem isso!!! E afirmo que quem trabalha dentro de um hospital, ve de perto piores dificuldades, e tudo muiiito pior ... mta coisa não falam né.. bjooo Guiii...

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