domingo, 12 de janeiro de 2014

A revolta e a morte de Abelar.



Uma antiga comunidade excluída, socialmente, se engajou com determinação e força para construir um teto! Antes, as pessoas da comunidade eram verdadeiros “andarilhos” e circulavam pela beira de açudes e rios. Sim, um teto que os burgueses possuem facilmente e são tomado dos mais sofisticados luxos e objetos desnecessários para o seu cotidiano. Neste contexto, aparece a figura de um grande homem: Abelar, vulgo Abel.
Abel era morador de rua e tinha a cidade na palma da mão! Conhecia tudo o que se possa imaginar. Conhecia tantas coisas que muitas pessoas o conheciam, mas nem por isso ele deixava de ser um homem às margens de uma sociedade desigual. Pois este nobre homem conheceu aquela que, no futuro, seria a sua esposa. Chama – se Rosalva e também vivia a perambular pelas ruas da cidade.
Com o passar do tempo, Abel e Rosalva tiveram um primeiro filho! Ali, na rua mesmo, ambos jamais haviam ido a algum hospital se quer. Desde que este fato ocorreu, ambos prometeram estabelecer um local de vivência. Sim, com o nascimento de Eduardo; nasce, também, a comunidade excluída!
Os anos foram passando e muitas outras pessoas foram fazendo amizade com o casal e estabelecendo relações afetivas com outros recém chegados. A construção de casas de madeira e pequenos barracos contribuíram para que muitos “andarilhos” encontrassem um local para morar. Eram pessoas guerreiras! Passavam o dia reciclando lixo e limpando a cidade, o que o governo elitista não faz muita questão de se envolver. Comerciavam frutas, verduras, e produtos eletrônicos! Viviam de forma independente! Excluíam o Estado da mesma forma que o Estado os excluía!
A comunidade cresceu de forma significativa! Pessoas entravam na comunidade carente, algumas faziam doações enquanto outras contratavam os moradores para trabalharem de servente de obras ou empregadas domésticas. Inclusive, Abel foi um dos pioneiros a aprender o ofício de pedreiro! Não tinha tempo ruim, eles eram unidos: Abel, Rosalva, Eduardo e todos aqueles que o poder público negligenciou, mas que foram recebidos de braços abertos por aquela família que, por caso, surgiu no ventre da rua.
Todos estavam excluídos da sociedade, mas em paz entre eles mesmos. Dificilmente tinha qualquer discussão entre os moradores, eram pessoas dignas, de caráter. Até que forças estrangeiras invadem o Brasil, como em 1500! Resolveram corromper um governo sujo, podre e mercenário, para encher os bolsos dos mesmos burgueses que guerreiam pelo mundo em troca de dinheiro! A batalha estava lançada, e a polícia deste mesmo governo sujo aparecia para intimidar os moradores da comunidade!
Certa feita, homens de gravata entraram e entregaram ao líder Abel uma ordem de despejo para todos os moradores da comunidade! Disse o homem que, em caso de necessidade, seria utilizado o uso das armas. Abel pegou o papel, e juntou todos os homens da comunidade para uma reunião. Ali, decidia – se: RESISTIR!
A polícia chegou com seus aparatos de destruição como armas, carros utilizados para destruição de casas e um bando de soldados que cumprem ordens como se não tivessem uma família, um cérebro e um pensamento!
Entraram batendo nas mulheres e destruindo os barracos! Aos gritos, mulheres apanhavam com seus filhos no colo e lágrimas no rosto! De pronto, um disparo atinge de forma certeira um homem de farda, que queda sem a menor chance de reação; agora, o que era remoção transformou – se em guerra!
Uma invasão estrangeira causou uma guerra interna! O interesse do governo corrupto derramou sangue na comunidade de Abel! Pessoas morreram, inclusive policiais que matam a serviço das desigualdades! Matam por uma causa que não entendem, jamais entenderão, pois o Estado não os faz entender; apenas, atirar!
Abel morreu com cinco tiros pelo corpo na parceria de, pelo menos, outros dez companheiros! Cerca de sete homens de farda também perderam a vida no confronto! A resistência ganhou as manchetes internacionais! A invasão estrangeira durou pouco mais de um mês, com saldo de mortos, feridos, e um lucro de bilhões aos invasores!


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