Uma antiga
comunidade excluída, socialmente, se engajou com determinação e força para
construir um teto! Antes, as pessoas da comunidade eram verdadeiros “andarilhos”
e circulavam pela beira de açudes e rios. Sim, um teto que os burgueses possuem
facilmente e são tomado dos mais sofisticados luxos e objetos desnecessários
para o seu cotidiano. Neste contexto, aparece a figura de um grande homem:
Abelar, vulgo Abel.
Abel
era morador de rua e tinha a cidade na palma da mão! Conhecia tudo o que se
possa imaginar. Conhecia tantas coisas que muitas pessoas o conheciam, mas nem
por isso ele deixava de ser um homem às margens de uma sociedade desigual. Pois
este nobre homem conheceu aquela que, no futuro, seria a sua esposa. Chama – se
Rosalva e também vivia a perambular pelas ruas da cidade.
Com
o passar do tempo, Abel e Rosalva tiveram um primeiro filho! Ali, na rua mesmo,
ambos jamais haviam ido a algum hospital se quer. Desde que este fato ocorreu,
ambos prometeram estabelecer um local de vivência. Sim, com o nascimento de
Eduardo; nasce, também, a comunidade excluída!
Os
anos foram passando e muitas outras pessoas foram fazendo amizade com o casal e
estabelecendo relações afetivas com outros recém chegados. A construção de
casas de madeira e pequenos barracos contribuíram para que muitos “andarilhos”
encontrassem um local para morar. Eram pessoas guerreiras! Passavam o dia
reciclando lixo e limpando a cidade, o que o governo elitista não faz muita
questão de se envolver. Comerciavam frutas, verduras, e produtos eletrônicos!
Viviam de forma independente! Excluíam o Estado da mesma forma que o Estado os
excluía!
A
comunidade cresceu de forma significativa! Pessoas entravam na comunidade
carente, algumas faziam doações enquanto outras contratavam os moradores para
trabalharem de servente de obras ou empregadas domésticas. Inclusive, Abel foi
um dos pioneiros a aprender o ofício de pedreiro! Não tinha tempo ruim, eles
eram unidos: Abel, Rosalva, Eduardo e todos aqueles que o poder público negligenciou,
mas que foram recebidos de braços abertos por aquela família que, por caso,
surgiu no ventre da rua.
Todos
estavam excluídos da sociedade, mas em paz entre eles mesmos. Dificilmente
tinha qualquer discussão entre os moradores, eram pessoas dignas, de caráter.
Até que forças estrangeiras invadem o Brasil, como em 1500! Resolveram
corromper um governo sujo, podre e mercenário, para encher os bolsos dos mesmos
burgueses que guerreiam pelo mundo em troca de dinheiro! A batalha estava
lançada, e a polícia deste mesmo governo sujo aparecia para intimidar os
moradores da comunidade!
Certa
feita, homens de gravata entraram e entregaram ao líder Abel uma ordem de
despejo para todos os moradores da comunidade! Disse o homem que, em caso de
necessidade, seria utilizado o uso das armas. Abel pegou o papel, e juntou
todos os homens da comunidade para uma reunião. Ali, decidia – se: RESISTIR!
A
polícia chegou com seus aparatos de destruição como armas, carros utilizados
para destruição de casas e um bando de soldados que cumprem ordens como se não
tivessem uma família, um cérebro e um pensamento!
Entraram
batendo nas mulheres e destruindo os barracos! Aos gritos, mulheres apanhavam com
seus filhos no colo e lágrimas no rosto! De pronto, um disparo atinge de forma
certeira um homem de farda, que queda sem a menor chance de reação; agora, o
que era remoção transformou – se em guerra!
Uma
invasão estrangeira causou uma guerra interna! O interesse do governo corrupto
derramou sangue na comunidade de Abel! Pessoas morreram, inclusive policiais
que matam a serviço das desigualdades! Matam por uma causa que não entendem,
jamais entenderão, pois o Estado não os faz entender; apenas, atirar!
Abel
morreu com cinco tiros pelo corpo na parceria de, pelo menos, outros dez
companheiros! Cerca de sete homens de farda também perderam a vida no
confronto! A resistência ganhou as manchetes internacionais! A invasão
estrangeira durou pouco mais de um mês, com saldo de mortos, feridos, e um
lucro de bilhões aos invasores!
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