Ao
finalizarem a leitura deste texto, muitos cidadãos dirão que tenho problemas
mentais comprometedores. Por quê? Porque não concordo com a ampliação da
Emergência do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). O motivo para tal
oposição é bem simples: existem outros hospitais e postos de saúde
completamente sucateados, sem as mínimas condições dignas de prestar um
atendimento adequado aos enfermos.
A
questão de tamanha complexidade, que envolveu os “mercenários do concreto” e
muitos ambientalistas, conduziu o debate a um rumo que deixa de fora outros
problemas de grande relevância para a população. Por exemplo, o sistema de
saúde, em geral! Todos nós sabemos o estado precário de diversos hospitais e
unidades de saúde em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. É um problema
conhecido e, mesmo assim, completamente negligenciado pelo poder público e seus
(I) responsáveis.
Agora,
de uma hora pra outra, resolvem ampliar o setor de Emergência do HCPA, referência
em atendimentos públicos e privados? Ora, me parece que existe um conjunto de
interesses envolvido, uma vez que ampliando o atendimento em outros hospitais,
haveria uma reduzida procura por atendimento na instituição. Ou seja, fica
nítida a intenção de monopolizar (E, conseqüentemente: lucrar!) os atendimentos
no Hospital de Clínicas de Porto Alegre enquanto o resto do sistema apodrece
por negligência e mantém os pacientes em situações miseráveis de atendimento.
Como
escrevi anteriormente, não concordo com essa tal ampliação do HCPA, mas defendo
com unhas e dentes a idéia de melhorar os outros hospitais do sistema com os
mesmos recursos. Ora, para derrubar centenas de árvores, planejar uma
construção de tamanho porte, efetivar estacionamentos etc ... precisa – se de
um projeto claro e sério, onde o superfaturamento com obras e o comércio de
licenças ambientais nãos sejam possíveis, por exemplo.
É
claro que os vereadores de Porto Alegre e a administração municipal aprovam a idéia!
Mas não o fazem pensando na saúde de quem reside mais afastado do HCPA. Não o
fazem pensando na população, em geral! Ou seja, a centralização do atendimento
e as obras deverão culminar no aumento do lucro daqueles que trabalham pelo
dinheiro. Por exemplo, os planos de saúde ( Ou alguém imagina que os
atendimentos no local ampliado será 100 % público?) serão beneficiados, assim
como os corruptos oportunistas, que a atual gestão tem revelado em número
considerável.
Por
tudo isso, gostaria de ver estes recursos ampliando e melhorando o atendimento
em outros hospitais e postos de saúde, com uma fiscalização eficiente e
competente. A periferia está carecendo disso! Muitos bairros marginalizados
pela elite governamental apresentam uma grande precarização no atendimento à
saúde. Muitas pessoas precisam de Emergência, mas será que quem mora em locais
mais afastados do HCPA conseguirá chegar a tempo, ou será privado de sua vida
ao longo do caminho?
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