Dizem os estudiosos de
diversas disciplinas voltadas para as ciências humanas que vivemos, no Brasil
atual, um sistema político embasado na tal representação política. Ora, tal
representação seria concedida pelo voto direto; obrigatório, por lei, de tão
maduro e avançado que se observa o processo “democrático” que nos cerca.
Diante deste mar de
incógnitas, fico a pensar mais além: quem são estes representantes que estão a pedir
votos pelas esquinas, nas vielas, ruas e grandes empresas espalhadas pelo
Brasil? Seriam oriundos de militâncias partidárias de longa data, com
relevantes trabalhos prestados político e socialmente; ou tratam – se meros
objetos construídos por suas imagens associadas a quaisquer instâncias, que não
a eletiva?
Pois que este parece se
tratar de um grande furo do sistema representativo atual. Refiro – me aos famosos que são lançados de
pára – quedas ( E provavelmente
financiados ) por partidos que não conseguem ( Ou não desejam! ) revelar
talentos internos com trajetória militante e carecem de uma ideologia
partidária consistente. Neste sentido, realizam um trabalho meramente
mercenário e consideravelmente oportunista para garantir uma quantidade de
votos suficientes para alcançar alguma cadeira e poder, mas governar sem
qualquer conhecimento político, econômico ou social.
Neste texto, não pretendo
desmerecer o trabalho de famosos recrutados por partidos que buscam apenas
eleições; até porque, acredito que muitos deles realizam trabalhos realmente
relevantes para a sociedade em geral! A crítica pretende apenas refletir sobre
a importância do conhecimento político e, no mínimo, social para transmitir ao
eleitor confiança suficiente para que o voto possa contar com a total
credibilidade dos eleitores. No entanto,
os famosos incorporam seus mais diversos personagens ao imaginário popular, que
acabam confundindo o compromisso público de ser um representante político com o
carisma vindo da televisão, dos campos de futebol e outros mais.
Então, como definir este
tipo de representatividade, hoje em dia? Qual a real intenção dos partidos uma
vez que abrem mão de sua própria militância aguerrida de longa data para lançar
novatos aos pleitos sem reconhecer a suas capacidades enquanto agentes
encarregados de trabalhar por uma sociedade melhor, mais humana, menos
capitalista e realmente democrática? O que os partidos oferecem a estes famosos
para que conquistem uma vaga através das eleições?
São questões que fazem com
que nos tornemos eleitores cada vez mais inquietos, pois não estamos acostumados
a ver a política com bons olhos. De fato, a desilusão do povo quanto ao sistema
político atual reside, justamente, neste quesito: a representatividade! Talvez
ocorra uma reforma nesta maneira de pensar com o passar dos anos; ou talvez, e
isso está longe de ser impossível, isso jamais demonstre quaisquer melhoras.
Por fim, o voto é um bem que
o cidadão precisa preservar; não apenas enquanto eleitor, mas enquanto alguém
que responderá pelas incompetências dos eleitos! Ser representado é, antes de
tudo, representar, também! Portanto, o que menos importa é o fato de uma pessoa
ser famosa, pois a TV sabe muito bem criar aquilo que cega aos olhos e à razão,
mas toca o coração! Quantos às eleições, uma coisa é certa: jamais confirme com
o coração, pois não é ele quem vai te representar, amanhã!
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