sexta-feira, 22 de agosto de 2014

A mercantilização da política e do sistema social.

Esta semana iniciou a campanha eleitoral no rádio e na televisão. Candidatos de todas as legendas apresentam suas "propostas" de forma a convencer um eleitor politicamente ignorante e desacreditado em relação ao sistema político no Brasil. Casos de bandidagem envolvendo "representantes" viraram tema central, em contraposição dos reais projetos de governos que os candidatos podem apresentar ao grande público.
Por outro lado, temos a posição fiasquenta e ridícula de uma grande mídia que desrespeita alguns candidatos e manipula informações conforme os seus interesses e, conseqüentemente, os interesses da grande burguesia que controla as finanças do país. Neste sentido, me parece complicado falar em representatividade, até porque, os cidadãos só o são nos momentos em que algum pleito se aproxima. 
Neste ínterim, precisamos perceber que a nossa democracia não é aquela que valoriza as necessidades reais da população, mas sim é a democracia exercida em nome de um sistema corrupto e negligente que visa única e exclusivamente passar a mão na cabecinha das elites. Mais ainda, entender a injeção de dinheiro privado em campanhas políticas e em propagandas partidárias nos leva a perceber quem são os representados nas instituições que deveriam ser do povo. Ou seja, se o grande empresariado financiar campanhas, ele estará representado de forma "democrática" nas instituições. Por outro lado, os partidos que representam as minorias, já demasiado excluídas socialmente, e não dispõem de recursos financeiros para fazer frente ao grande capital, serão derrotados e, conseqüentemente, estarão submetidos aos interesses dos grandes financiadores da política, que controlam o sistema todo através de seus pesados investimentos.
Como disse anteriormente, não podemos falar em sistema democrático, no Brasil. É inegável a desconexão de uma Constituição Federal dita democrática sendo falseada em um território reprimido pelo poder imperialista e monopolizador do Estado. Ora, não podemos esquecer que muitos ativistas ainda estão sendo investigados, caluniados por meio de provas forjadas, e processados pelas polícias deste sistema repressor por terem participado das manifestações que denunciaram tanto vandalismo político, no ano passado.
Não bastasse tudo isso, a questão da obrigatoriedade do voto talvez seja o principal motivo pelo qual podemos ter certeza de que não somos um país democrático. Aqui, o voto é obrigatório, e isso já é o suficiente para que os cidadãos se sintam coagidos a fazerem o que não querem, mesmo que as instituições controladas pelo grande capital o denominem "cidadão" (Patético, ato de votar como um exercício da cidadania!) o ato de votar.

Por fim, as campanhas voam pelas ruas, pelas ondas de rádio, televisão e internet. Os partidos com menos recursos, que não conseguem sequer pagar uns R$ 50,00 diários a um panfleteiro qualquer, terão de doar muito mais sangue. Terão de viver praticamente na utopia de vencer esta grande mercantilização de todo o sistema social que existe hoje.

Nenhum comentário:

Postar um comentário