Esta semana iniciou
a campanha eleitoral no rádio e na televisão. Candidatos de todas as legendas
apresentam suas "propostas" de forma a convencer um eleitor
politicamente ignorante e desacreditado em relação ao sistema político no
Brasil. Casos de bandidagem envolvendo "representantes" viraram tema
central, em contraposição dos reais projetos de governos que os candidatos
podem apresentar ao grande público.
Por outro lado,
temos a posição fiasquenta e ridícula de uma grande mídia que desrespeita
alguns candidatos e manipula informações conforme os seus interesses e, conseqüentemente,
os interesses da grande burguesia que controla as finanças do país. Neste
sentido, me parece complicado falar em representatividade, até porque, os
cidadãos só o são nos momentos em que algum pleito se aproxima.
Neste ínterim,
precisamos perceber que a nossa democracia não é aquela que valoriza as
necessidades reais da população, mas sim é a democracia exercida em nome de um
sistema corrupto e negligente que visa única e exclusivamente passar a mão na
cabecinha das elites. Mais ainda, entender a injeção de dinheiro privado em
campanhas políticas e em propagandas partidárias nos leva a perceber quem são
os representados nas instituições que deveriam ser do povo. Ou seja, se o
grande empresariado financiar campanhas, ele estará representado de forma
"democrática" nas instituições. Por outro lado, os partidos que
representam as minorias, já demasiado excluídas socialmente, e não dispõem de
recursos financeiros para fazer frente ao grande capital, serão derrotados e, conseqüentemente,
estarão submetidos aos interesses dos grandes financiadores da política, que
controlam o sistema todo através de seus pesados investimentos.
Como disse
anteriormente, não podemos falar em sistema democrático, no Brasil. É inegável
a desconexão de uma Constituição Federal dita democrática sendo falseada em um
território reprimido pelo poder imperialista e monopolizador do Estado. Ora,
não podemos esquecer que muitos ativistas ainda estão sendo investigados,
caluniados por meio de provas forjadas, e processados pelas polícias deste
sistema repressor por terem participado das manifestações que denunciaram tanto
vandalismo político, no ano passado.
Não bastasse tudo
isso, a questão da obrigatoriedade do voto talvez seja o principal motivo pelo qual
podemos ter certeza de que não somos um país democrático. Aqui, o voto é
obrigatório, e isso já é o suficiente para que os cidadãos se sintam coagidos a
fazerem o que não querem, mesmo que as instituições controladas pelo grande
capital o denominem "cidadão" (Patético, ato de votar como um
exercício da cidadania!) o ato de votar.
Por fim, as campanhas voam pelas ruas, pelas ondas
de rádio, televisão e internet. Os partidos com menos recursos, que não
conseguem sequer pagar uns R$ 50,00 diários a um panfleteiro qualquer, terão de
doar muito mais sangue. Terão de viver praticamente na utopia de vencer esta
grande mercantilização de todo o sistema social que existe hoje.
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