domingo, 28 de setembro de 2014

O TSE e suas propagandinhas “democráticas”.



Sempre que chega o momento de os cidadãos brasileiros cumprirem a sua obrigação com o sistema eleitoral[1] as instituições responsáveis por regular o sistema “representativo” lançam suas propagandas com a intenção de levar o eleitor às urnas. Assim, o exercício da “cidadania” torna – se um motivo de festa, com direito a músicas com letras altamente idealizantes e, por certo, alienantes. Para citar um exemplo de grande importância, o Tribunal Superior Eleitoral lança suas músicas e propagandas por mediação de emissoras de rádio e televisão espalhadas pelo país inteiro. Desta forma, incentiva o eleitor a votar com consciência, como se isso fosse suficiente para destruir um sistema tão manipulador e permanente, que atua no Brasil desde que os portugas invadiram estas terras.
O que impressiona no Tribunal Superior Eleitoral, é que ele regula apenas algumas mazelas de um sistema completamente antidemocrático[2]. Por exemplo, quem define os candidatos que estarão nos debates apresentando as suas propostas são aqueles que são escolhidos pela grande mídia, instituição que tem influencia direta para um público politicamente influenciável. Neste sentido, mentirosamente, argumenta – se que tal seleção encontre respaldo em pesquisas. Ora, visivelmente a pesquisa tem a nítida intenção de induzir o eleitor mais para um ou outro lado, mas sempre preservando os candidatos de ponta.
Nesta conjuntura, podemos perceber um nítido silêncio por parte deste Tribunal que se diz da Democracia. Ou seja, não há uma igualdade em todo o processo eleitoral. Quem está por baixo, lá embaixo permanecerá! Então confirmamos a atuação de uma democracia unicamente burguesa quando os candidatos e partidos que recebem muito dinheiro de empresários e influência de padrinhos políticos corruptos têm mais chance do que os demais.
Desta maneira, se realmente podemos ter um processo decisório democrático como supõe a CF e vende o sistema burguês[3], como pode haver candidaturas que são impedidas de chegar ao grande público? Se o TSE lança músicas e propagandas para o cidadão votar com consciência em nome da tal democracia, por que não pode regular, também, a aparição de candidatos de forma igualitária, independente de agremiação política de interesse ou de recurso financeiro que o possa manter?
Ora, ao silenciar a respeito alguns fatos importantes sobre esta democracia inventada, os órgãos do Estado (TSE, em especial.) acabam obrigando os cidadãos a votarem em alguém. Logo, os cidadãos só podem conhecer aqueles candidatos que estão sendo apresentados na televisão ou no rádio, aqueles mesmos que recebem dinheiro para financiamentos de campanhas objetivando interesses alheios ao que espera o povo; mais ainda, aqueles que têm condições financeiras de comprar mais tempo na televisão e no rádio. Assim, podemos comprovar que existem candidatos que representam todo um sistema de coisas que tendem a “reformar” o irreformável. Existe um grupo de partidos e de candidatos que estão trabalhando para que o atual sistema continue a excluir alguns postulantes que não aderem ao sistema sujo, mercadológico, corrupto e interesseiro que o próprio Tribunal Superior Eleitoral insiste em vender como democrático.
Por fim, existe uma grande maquiagem que cobre a nebulosa e mentirosa venda de uma democracia que nunca existiu, no Brasil. Como posso apresentar o meu candidato a alguém, se ele não aparece em debates com a mesma freqüência daqueles que representam grandes empresas e partidos financiados pelo sistema atual? Como o meu candidato terá alguma chance se o sistema está moldado a destruí – lo de forma que jamais chegue ao poder? Então, continuaremos a dançar com as músicas que o TSE lança nos meios de comunicação como se a festa da democracia fosse real e como se o sistema representativo existisse!




[1] Ainda que as instituições burguesas insistam em vender, por meio de uma mídia com instinto altamente manipulador e elitista, o tal “Estado Democrático de Direito”, podemos perceber a própria CF que define o voto obrigatório no Brasil para os maiores de 18 anos (CF, Art. 14, § 1º e inciso I). Neste sentido, o aspecto “democrático” é meramente ilusório com a obrigação do voto.
[2] Justamente ao contrário do que o próprio Tribunal coloca em seu subtítulo. A saber: “O Tribunal da Democracia”.
[3] Neste sistema, impossível não colocar o TSE, instituição fundamental para a propagação dos principais objetivos do grande capital e dos mercenários que governam o sistema “moderno” da nossa política.

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