domingo, 2 de agosto de 2015

Uma manhã de domingo.

Enquanto escrevo este texto, escuto vozes e ruídos de crianças que correm pelo pátio e brincam pelos espaços do condomínio fechado. Os raios de sol entram pela janela, neste bonito dia de domingo. Os acompanha um ventinho agradável, ares semelhantes ao ápice da primavera! E lá estão eles, os pequenos que carregam no peito o coração que guiará o futuro, com seus brinquedos e inocentes amizades. Sem ter a noção do que os espera para o os dias de amanhã, elas correm e fazem barulho com se uma fuga fosse de um futuro que os espera nebuloso e repleto de desumanidade, algo corrompido pelo desejo desenfreado pela exploração do homem pelo homem e pela consequente banalização da vida e exaltação do material, nos dias atuais.
O dia de hoje, certamente, contraria aquilo que esperamos para o dia de amanhã, pois amanhã é segunda – feira e mais uma semana de atividades inicia para grande maioria da população, que trabalha infinitamente buscando igualdade em uma eterna sociedade desigual. Então, as crianças serão trocadas pelos adultos, verdadeiras criaturas movidas por sentimentos egoístas, individualistas e interesseiros. Assim, este domingo agradável vai ser substituído por um início de semana tenso, com ameaça de greves de serviços essenciais como educação e segurança. Assim, fica a população com o temor do pior, como se ele já não estivesse em nosso meio e com a potência cada vez maior.
O motivo de tamanha tensão está estampada na cara das pessoas: a postura dos governos, pelo Brasil acima! Por exemplo, o governo do estado do Rio Grande do Sul, na figura daquele homem que se vendeu durante a propaganda eleitoral como o melhor e, PASMEM, representando o partido do Rio Grande[1], resolveu parcelar os salários dos servidores como se tais salário fossem uma compra parcelada no criminoso cartão de crédito!
Não basta aumentar os impostos e reduzir gastos com serviços de extrema necessidade e agora começam com histórias de parcelar o salário de servidores e saquear os direitos trabalhistas dos contribuintes?[2] Ora, historicamente, apenas uma classe tem sido atingida por tais posturas usurpadoras e centralizadoras dos governos: a classe trabalhadora. Justamente aquela classe que produz a riqueza e que faz a alegria da burguesia capitalista, opressora e exploradora, termina por ser atingida por medidas que acabam afetando o seu já prejudicado desenvolvimento econômico!
Mas o mais importante de tudo isso é a desculpa que os governos utilizam: a dívida pública! O que significa isso? Será que os governos não se sentem na obrigação de manter a sociedade informada sobre essa tal dívida pública? Ou será que os cidadão não possuem o direito de saber o distino do dinheiro que desembolsam arduamente para sustentar uma máquina pública tão corrupta e ineficiente?
Assim, o povo tem o direito de saber porque os impostos estão aumentando e porque um governo que é partidário do Rio Grande está parcelando os salários dos seus servidores, com graves e justificadas ameaças de paralisações e greves. Mais ainda, a sociedade precisa saber porque os governos, mercenários e sujos por natureza, não intensificam investimentos em setores de combate à sonegação de impostos, algo que incide direto no bolso dos trabalhadores.[3] Mais ainda, tem o direito de saber a população sobre as reais causas da dívida pública. Com certeza, as pessoas ficariam impressionadas com todo o trabalho que o Estado faz para manter as desigualdades, a miséria, a violência e a falta de educação de um povo que jamais deve ser educado.
Por fim, gostaria muito de ficar aqui, na janela, a ver as crianças correndo pelo condomínio neste bonito dia de domingo! Queria muito que esse dia fosse eterno, jamais chegasse ao fim, e esse ventinho me acompanhasse até o fim dos tempos. Por outro lado, é inevitável que o amanhã chegue, carregado de tensão e luta por justiça. É impossível em dias de mercantilização da vida não sair para trabalhar para comprar a sobrevivência. Sim, porque a sobrevivência, amigos, tem preço! E esse preço é muito caro para o trabalhador e baratíssimo para o Estado que parcela salários e negligencia serviços essenciais para a população. Mais ainda, o preço da mercantilização da vida é baratíssima para os criminosos que sonegam impostos e concentram renda!




[1] E quem não vai se lembrar daquela grande piada: “O meu partido é o Rio Grande!”, contada pelo então candidato ao governo do Estado José Ivo Sartori?
[2] E aqui refiro – me ao governo burguês de Dilma, que foi encontrar fonte de contenção de dispesas justamente no bolso dos trabalhadores. Neste sentido, o PIS do ano de 2015, com muita oração, vai ser pago somente em 2016. Assim, o governo acaba livrando as grandes empresas e todo o poder econômico que governa o país por meio da corrupção exacerbada, da sonegação de impostos e da evasão de divisas, entre tantos outros crimes de colarinho branco que encontramos por aí!
[3] Cumpre argumentar que ao sonegar impostos, os empresários atingem os trabalhadores de duas formas: por meio da exploração da mão – de – obra barata, e o consequente salário miserável em relação aos lucros obtidos, e pelo aumento de impostos exigidos pelos governos para aumentar a receita oriunda do próprio ato de sonegar impostos.

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