Enquanto escrevo
este texto, escuto vozes e ruídos de crianças que correm pelo pátio e brincam
pelos espaços do condomínio fechado. Os raios de sol entram pela janela, neste
bonito dia de domingo. Os acompanha um ventinho agradável, ares semelhantes ao
ápice da primavera! E lá estão eles, os pequenos que carregam no peito o
coração que guiará o futuro, com seus brinquedos e inocentes amizades. Sem ter
a noção do que os espera para o os dias de amanhã, elas correm e fazem barulho
com se uma fuga fosse de um futuro que os espera nebuloso e repleto de
desumanidade, algo corrompido pelo desejo desenfreado pela exploração do homem
pelo homem e pela consequente banalização da vida e exaltação do material, nos
dias atuais.
O dia de hoje,
certamente, contraria aquilo que esperamos para o dia de amanhã, pois amanhã é
segunda – feira e mais uma semana de atividades inicia para grande maioria da
população, que trabalha infinitamente buscando igualdade em uma eterna
sociedade desigual. Então, as crianças serão trocadas pelos adultos,
verdadeiras criaturas movidas por sentimentos egoístas, individualistas e
interesseiros. Assim, este domingo agradável vai ser substituído por um início
de semana tenso, com ameaça de greves de serviços essenciais como educação e
segurança. Assim, fica a população com o temor do pior, como se ele já não
estivesse em nosso meio e com a potência cada vez maior.
O motivo de
tamanha tensão está estampada na cara das pessoas: a postura dos governos, pelo
Brasil acima! Por exemplo, o governo do estado do Rio Grande do Sul, na figura
daquele homem que se vendeu durante a propaganda eleitoral como o melhor e,
PASMEM, representando o partido do Rio Grande[1],
resolveu parcelar os salários dos servidores como se tais salário fossem uma
compra parcelada no criminoso cartão de crédito!
Não basta
aumentar os impostos e reduzir gastos com serviços de extrema necessidade e
agora começam com histórias de parcelar o salário de servidores e saquear os
direitos trabalhistas dos contribuintes?[2]
Ora, historicamente, apenas uma classe tem sido atingida por tais posturas
usurpadoras e centralizadoras dos governos: a classe trabalhadora. Justamente
aquela classe que produz a riqueza e que faz a alegria da burguesia
capitalista, opressora e exploradora, termina por ser atingida por medidas que
acabam afetando o seu já prejudicado desenvolvimento econômico!
Mas o mais
importante de tudo isso é a desculpa que os governos utilizam: a dívida
pública! O que significa isso? Será que os governos não se sentem na obrigação
de manter a sociedade informada sobre essa tal dívida pública? Ou será que os
cidadão não possuem o direito de saber o distino do dinheiro que desembolsam arduamente
para sustentar uma máquina pública tão corrupta e ineficiente?
Assim, o povo tem
o direito de saber porque os impostos estão aumentando e porque um governo que
é partidário do Rio Grande está parcelando os salários dos seus servidores, com
graves e justificadas ameaças de paralisações e greves. Mais ainda, a sociedade
precisa saber porque os governos, mercenários e sujos por natureza, não
intensificam investimentos em setores de combate à sonegação de impostos, algo
que incide direto no bolso dos trabalhadores.[3]
Mais ainda, tem o direito de saber a população sobre as reais causas da dívida
pública. Com certeza, as pessoas ficariam impressionadas com todo o trabalho
que o Estado faz para manter as desigualdades, a miséria, a violência e a falta
de educação de um povo que jamais deve ser educado.
Por fim, gostaria
muito de ficar aqui, na janela, a ver as crianças correndo pelo condomínio
neste bonito dia de domingo! Queria muito que esse dia fosse eterno, jamais
chegasse ao fim, e esse ventinho me acompanhasse até o fim dos tempos. Por
outro lado, é inevitável que o amanhã chegue, carregado de tensão e luta por
justiça. É impossível em dias de mercantilização da vida não sair para
trabalhar para comprar a sobrevivência. Sim, porque a sobrevivência, amigos,
tem preço! E esse preço é muito caro para o trabalhador e baratíssimo para o Estado
que parcela salários e negligencia serviços essenciais para a população. Mais
ainda, o preço da mercantilização da vida é baratíssima para os criminosos que
sonegam impostos e concentram renda!
[1] E quem não vai se lembrar daquela grande
piada: “O meu partido é o Rio Grande!”, contada pelo então candidato ao governo
do Estado José Ivo Sartori?
[2] E aqui refiro – me ao governo burguês de
Dilma, que foi encontrar fonte de contenção de dispesas justamente no bolso dos
trabalhadores. Neste sentido, o PIS do ano de 2015, com muita oração, vai ser
pago somente em 2016. Assim, o governo acaba livrando as grandes empresas e
todo o poder econômico que governa o país por meio da corrupção exacerbada, da
sonegação de impostos e da evasão de divisas, entre tantos outros crimes de
colarinho branco que encontramos por aí!
[3] Cumpre argumentar que ao sonegar impostos,
os empresários atingem os trabalhadores de duas formas: por meio da exploração
da mão – de – obra barata, e o consequente salário miserável em relação aos lucros
obtidos, e pelo aumento de impostos exigidos pelos governos para aumentar a
receita oriunda do próprio ato de sonegar impostos.
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