Passar alguns dias na praia, curtindo as
férias, e vivendo sob a guarda de uma natureza linda pode ser, não apenas um
momento de prazer e descanso, mas também uma oportunidade importante para a
realização de um exercício de observação sobre o que nos rodeia. Por exemplo, a
mediocridade social que nos consome nos dias atuais tende a definir o que é certo e o que é
errado! Mais ainda, a mediocridade social tende a dizer como devemos nos
vestir, como deve ser a estrutura de nossos corpos, como devemos utilizar nossos
corpos etc...
Mas a mediocridade social vai muito além: ela
tende a tomar forma e a se propagar através de pessoas que, como se fossem
"a última bolachinha do pacote" (Utilizando – se de termos altamente
populares!), resolvem abrir mão de cuidarem de si próprias para cuidarem e
tecer comentários difamantes sobre a postura, os modos de agir e, por fim, da vida
das outras pessoas! Neste texto, escrito direto das belíssimas naturezas da
praia da Guarda do Embaú (SC), a mediocridade social será resumida à figura de
um casal jovem. Caminhemos aos tristes fatos!
Então chega o casal!
Ele, com tatuagens espalhadas ao longo do
pelêgo e um corpinho de 15 no supino reto! Ela, siliconada na parte superior,
completamente negligenciada na parte inferior! Isso tratando-se, brevemente,
dos atributos físicos, os que mais importam, por certo, em nossa sociedade movida
por traços apenas de aparências. Sabemos como as pessoas devem ser
esteriotipadas em uma sociedade medíocre: os homens devem ser saradões e
elegantes! Por outro lado, as mulheres devem ostentar peitos grandes e bundas
empinadas no Facebook. O resto?
No entanto, caso qualquer pessoa não
apresente estas características estará, de certa forma, excluída dos padrões de
beleza da nossa estrutura social vendida como ideal. Claro, como tenho dito, as
pessoas são definidas pelas suas aparências e jamais pelas suas assências!
Então, o casal de que trata esse texto é o
exemplo mais puro do que seja a mediocridade social. Ele se achando o bonitão,
a todo o momento, de pé e olhando os arredores na esperança de que todos os
tratem como o centro das atenções! Ela, toda loirinha, ajustava a todo o
momento o biquini na parte superior; claro, muito mais para mostrar as "
marcas" do que realmente para ajustar a peça à formas
"esculturais" do corpo tido como ideal pela sociedade que vive de
aparências!
Mas não basta tais atitudes de exibicionismo
fútil para que a mediocridade social representada neste casal venha com força!
Precisamos atentar para as suas falas, troca de relações entre seu grupo de
amigos (Constituído por mais quatro pessoas.) ou apenas a troca de relações
entre ele e ela. Ou seja, são as relações de sociabilidade deste casal que vão
denunciar o quão a mediocridade social está presente em nossas vidas.
Neste contexto, esse exercício de observação
me fez perceber que muitas pessoas, se colocando em nível superior, se acham
com legitimidade para criticar as formas corporais de outras pessoas, bem como
falar mau das pessoas de dentro do próprio grupo. Ou seja, o casal que se
achava "o rei da cocada preta" (Ele metido a forte e ela se achando a
gostosona!) passava seu precioso tempo falando dos atributos corporais dos
outros e das attitudes das pessoas que caminhavam ou frequentavam a praia,
naquele momento! Daí a medíocridade social: legitimado por uma sociedade que
vende apenas aparências dadas como "perfeitas", este casal propaga a
ideia de que apenas eles são bonitos e elegantes! O resto é o
"veterano" que não pode ter tatuagens ou a própria amiga que estava
falando "merda"! E daí por diante, citando apenas dois exemplos!
Por fim, este casal condenava a tudo e a
todos, mas sempre às escondidas! O casal (Im)perfeito falava baixo e condenava
as outras pessoas aos cochichos! Ao pé do ouvido, utilizavam de suas
"belezas" superiores para buscar defeitos em outras mulheres e
homens, pois assim sobrevive uma sociedade medíocre e de aparência! Logo, o
bombado de 15 Kg no supino reto e a gostosona mantida artificialmente tendem a
ser axaltados como um casal perfeito. Porque perfeição é forma e jamais
conteúdo!
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