quarta-feira, 30 de março de 2016

Não atender uma criança: conduta absolutamente reprovável!

Saudações guineanas gente! Tudo na santa paz? 
Tudo tranquilo?
Escrever qualquer coisa sobre a conjuntura política brasileira seria uma loteria onde não houvesse um vencedor. Na medida em que todos perdem com um sistema tão sujo e ultrapassado, como sempre, fica a população à mercê dos homens oportunistas, corruptos, de terno e poder, de crimes e artimanhas para escapar de condenações etc...
Na verdade, amigo leitor, o que me traz a esse teclado, nesta noite de quarta – feira, é um profundo desejo de escrever sobre a minha total desaprovação à conduta completamente desumana de uma pediatra, aqui, na nossa amada Porto Alegre. Percebam, caros amigos, que o fundamentalismo político chegou a tal ponto que uma “profissional” negou atendimento a uma criança pelo simples fato de sua mãe pertencer a um partido político no qual a dita pediatra desaprovava por completo. Acreditem: a criança poderia morrer se sua situação fosse mais grave!
Logo que tal notícia se espalhou, os representantes das entidades médicas vieram a público se solidarizar com a conduta ( Acreditem, pois é verdade![1] ) e também para criticar a postura da pediatra que negou tal atendimento. Posiciono – me entre estes últimos, por alguns dos motivos que passo a colocar:
A) Entre os direitos sociais garantidos por nossa carta maior[i][2] em seu artigo 6 º estão a saúde, a proteção à maternidade e à infância. Logo, como pode um código de ética estar acima da Constituição Federal? Segundo o presidente do SIMERS ( Sindicato Médico do Rio Grande do Sul ) a pediatra deveria se orgulhar do seu ato, que desrespeitou a carta constitucional em um dos artigos mais importantes, colocando em risco a saúde de uma criança indefesa e inocente;
B) O artigo 5 º do Estatuto da Criança e do Adolescente ( ECA )[3] determina que nenhuma criança será objeto de qualquer forma de negligência ou discriminação, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. Ora, a pediatra acobertada pelo presidente do SIMERS violou completamente tal artigo, onde negou atendimento a uma criança por questões de discriminação política e negligência.
C) Por último, gostaria de reproduzir aqui a posição do presidente da Associação Médica do Rio Grande do Sul ( AMRIGS )[4], com a qual dedico inteira aprovação: “ O médico deve ser isento, não pode se importar com cor, religiosidade, inclinação política”. Ou seja, a situação se torna ainda mais grave quando se está tratando de uma criança. Assim, ainda coloca o presidente da AMRIGS: “ Faltou respeito como o paciente”.
Finalizando, é claro que existem muitas outras causas que me levam à reprovar a conduta de uma pediatra que nega atendimento a uma criança por motivos políticos / ideológicos de sua mãe. Neste breve texto, expus apenas algumas delas para que possamos refletir sobre a questão da responsabiliade que envolve uma profissão tão nobre como é o caso da medicina. Assim, o argumento de que a relação com o paciente seria contraditória nada mais é do que um argumento sem sustentação na realidade, uma vez que uma criança não possui discernimento para discutir sobre questões políticas ou afins. Neste contexto, importante reafirmar que a conduta da pediatra foi completamente desproporcional e desumana, uma vez que violou o principal direito de um ser humano: a saúde!





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