quinta-feira, 23 de maio de 2019

Sobre lembranças: Felipe de Oliveira.

      Ainda lembro com muita nitidez: uma escola simples com a sua estrutura de madeira envelhecida, marcas que talvez nem o tempo possa apagar. Era a década de 80 e a Escola Estadual de Ensino Fundamental Felipe de Oliveira me recebia de braços abertos.
      Jamais esquecerei aquela sineta a balançar nas mãos das professoras. Era o momento de enfileirar a criançada e conduzir todos ás salas de aula. As conversas em alto e bom som ao longo do percurso era motivo de advertência; afinal de contas, todos deveriam percorrer os corredores que direcionavam às salas em silêncio.
      Aquelas dedicadas professoras e o "sor" de Educação Física, quantas lembranças boas e saudosas! Por falar nisso, era uma época em que minha ingenuidade futebolística não permitia torcer para qualquer time de futebol. Sabe quando a tua família empurra a camiseta do colorado ou te enfia o fardamento do Grêmio pra depois sair por aí com orgulho dizendo que "é de família" ou, pior ainda, "está no sangue"?
      Pois é, heis o contexto no qual fui agraciado em um sorteio realizado por uma das professoras. O brinde foi uma camiseta vermelha! Sim, a camiseta do Sport Clube Internacional. Incrivelmente, meu nome saiu no sorteio e, naquele momento, me tornara torcedor do colorado. O único vermelho dentro de uma família de gremistas!
      Nossa, quantas saudades que tenho dessa época! Não pelo time que comecei a "torcer", mas pela época em que vivia! Aquela história de que o primeiro beijo agente nunca esquece, manja? Pois que jamais um ditado popular foi tão verídico, tão correto e tão contextualizado, independentemente do contexto de vivência. 
      Sim! Foi lá que aconteceu, na parte dos fundos da escola, onde havia um portão que dava acesso direto pela famosa avenida Ipiranga. Hoje, o famoso "Filipão" parece um presídio com os seus tijolos e cimento por todos os lados. No entanto, naquela época era diferente: era possível visualizar de fora o que os alunos faziam no pátio, na parte de dentro. Nem preciso dizer que, sim, teve buzinaço!
      Alguns anos depois a bola rolou. 
      Se não estou enganado, estava na sétima série. Fomos campeões em um campeonato interno que fora realizado no campo de futebol do Corpo de Bombeiros, localizado bem na frente do antigo ginásio da Brigada Militar.
      Sem dúvidas tínhamos o melhor time de todos os tempos daquela instituição educacional. Jamais um time jogou como o nosso! Com certeza não recordarei de todos os boleiros em virtude do tempo, mas entre nossas estrelas havia gigantes como o Binho (Fábio), que não perdoava na hora do crime; o Gabriel, o homem que ia pra dentro da zaga adversário; o André, que segurava na zaga e fazia a defesa para evitar dar trabalho ao grande Fernando, nosso grande goleiro.
       Por fim, eu poderia escrever um livro de memórias pra contar vários acontecimentos marcantes dessa vida maravilhosa que Deus me permite celebrar. Entre outras andanças, como esquecer dos campeonatos de Yo-Yo, todos patrocinados pela Coca-Cola? Todos se reuniam nos mercados da redondeza para, lado a lado, disputar habilidades na prática do esporte.
        Essa época ainda vive com muita força em minha memória, por isso, sempre lembro dela quando escuto aquela canção que diz: "É que agente quer crescer, e quando cresce quer voltar do início". Quanta saudade eu tenho do famoso "Filipão" e tudo aquilo que vivi estará pra sempre guardado no meu coração.

Nenhum comentário:

Postar um comentário