quarta-feira, 8 de julho de 2009

Coragem

Não é de hoje que os escândalos políticos infestam a mídia e desolam a soberania popular , fazendo crescer - ainda e , cada vez mais , - a descrença do povo em relação à política . Neste contexto , uma coisa que bastante chama a atenção é com relação à postura daquele ( a ) que carrega algum , qualquer que seja , tipo de acusação . A bola da vez é a governadora do Rio Grande do Sul , Yeda Crusius .
Pesa contra ela fortes acusações de irregularidades cometidas desde a sua campanha para o governo do Estado - entre elas o , famoso e irrecusável , caixa 2 . Este , um abuso ( assim como tantos outros ) cada vez mais presente na sociedade brasileira . Sinceramente , desejo que tudo seja devidamente esclarecido e as providências sejam tomadas no sentido de " limpar a roupa suja " . Não preciso esclarecer , aqui , que trata - se de um desejo utópico da minha parte . Mas como já dizia o ditado : " esperança é a última que morre " . Sei que temos motivos de sobra para não confiar nos nossos soberanos , mas um esforço é preciso . A questão que se coloca é tão grave por , talvez , apenas um motivo : não temos para onde fugir . A nossa infalível Democracia Representativa , na verdade , não passa de um processo onde se escolhe qualquer um , por obrigação ( seria este o conceito de Democracia ? ) , e torcemos para que tudo de certo durante o seu mandato . Vejam bem , não é uma questão de opção , mas de obrigação . Ou seja , caso só participem das eleições candidatos que tenham maus antecedentes políticos , azar ! Temos de escolher um deles , mesmo assim . Outro fato : a representatividade é um termo simbólico e não indica homogeneidade de idéias e opiniões ( imaginem quantas destas idéias e opiniões seriam compartilhadas entre os milhares de eleitores com o seu candidato ? ) . Voltando a minha utopia , alguma decisão precisa ser tomada . Yeda não quer falar sobre o assunto , anda rodeada de seguranças para evitar a aproximação da imprensa , recorre à Brasília frequentemente na busca de apoio político . São posturas que causam mais dúvida ainda frente a opinião pública . Por que estaria ela se esquivando tão duramente da imprensa ? Não quer se compremeter com as suas próprias afirmações ? ; por que recorrer à Brasília , capital da corrupção nacional e maior reduto de pilantras políticos em todo o Brasil ? São questões que merecem a nossa consideração e muita atenção .
Perguntada sobre os escândalos ( Em especial , às denúncias feitas por Lair Ferst ) , a governadora do Rio Grande do Sul afirmou , na maior boa vontade - como se fosse uma pessoa qualquer : " Só vou falar quando vocês tiverem perguntas mais interessantes para fazer " . Isso é postura que se deve assumir uma soberana ? Acho que não , mas o mínimo que se espera de uma governadora não é a covardia ( Como parece ser o caso ) , mas coragem . Nem que seja para dizer mentiras - uma tradição da política nacional - , mas uma coisa : coragem .

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