terça-feira, 28 de julho de 2015

A crueldade das multidões.

Aproximadamente 15 pessoas espancam um assaltante até a morte, sem lhe proporcionar a menor chance de defesa. Muitos aplaudiram a barbárie, inclusive, afirmando que os assassinos mereciam reconhecimento.
Tal fato representa um estado de natureza inaceitável em dias de uma modernidade tão tardia! Incrivelmente, estamos retornando a um ponto da história em que, literalmente, vem antes do homem pré – histórico. Ou seja, o ser animalesco e sanguinário surge desprovido de racionalidade ou qualquer vestígio de um ser pensante! É completamente irracional, tal qual os animais selvagens que se destroem pelas matas do mundo.
A sobrevivência da espécie está diretamente relacionada a estes animais. Logo, o homem das multidões está abaixo disso! O homem das multidões não sabe o que faz: não tem consciência na hora de votar em homens corruptos, não consegue viver em sociedade sem ter ganância e desrespeito! Enfim, não consegue preservar a vida de outrem. E assim se reproduz a violência! O motivo de tal assassinato cruel e selvagem seria a tentativa da vítima de assaltar um casal que circulava por uma praça, na cidade de Viamão - RS.
Importante apontar o fato de que tais posturas violentas e covardes não aparecem como nenhuma novidade nos dias atuais. A multidão adora sangue e violência, não conhece outra forma de socialização ou educação. Não por acaso muitos pais ensinam seus filhos através da “cinta”, da palmada e da famosa “tunda” de laço. Educar pelo ensino e pelo acompanhamento está muito longe dos objetivos da família atual, normalmente liderada por pessoa violenta e repressiva.
Assim, as multidões se tornam covardes, sanguinárias e descontam sua própria negligência (Ou a construção da criminalidade não é uma construção social?) e raiva nos mais fracos. Ou um assaltante desarmado e rendido representa algum perigo para a sociedade? Mais ainda, a mesma multidão que tem repulsa em relação à política e economia não consegue relacionar uma coisa com a outra coisa e, pior ainda, acha que vive em um mundo alheio a tudo isso.
Ora, no mínimo, tamanha alienação pode – se justificar pelo próprio desinteresse das multidões em relação à convivência dos cidadãos em sociedade, com trocas de experiências etc... Hoje, vivemos na velha história do “cada um por si e Deus por todos”; claro, quando convém, e apenas assim, a história muda de figura! As multidões não acreditam que sua crueldade gera desigualdades sociais de toda a sorte, onde uns navegam em ouro puro enquanto milhares mal conseguem se alimentar.
Mas a crueldade das multidões vai além. Ela se cria nas telas de cinema com tiros, assaltos, e estrelas que brilham frente à indústria sanguinária e alienante das armas, da pólvora e do sangue. As crianças estão expostas a isso tudo sob os olhos sanguinários dos próprios pais, os mesmos que os educaram pela violência e pelo moderníssimo modelo educacional punitivo. Elas crescem brincando de polícia e ladrão ou utilizando armas de brinquedo. No seu imaginário, a criança corre, foge da polícia, atira e mata! A morte é de brinquedo e real ao mesmo tempo.
Mas a crueldade das multidões não consegue fazer essa relação, por isso imagina que espancando alguém até a morte fará com que a justiça seja alcançada de alguma forma! Tremendo engano: sempre, a violência, inevitavelmente, vai reproduzir no futuro tantos atos violentos quantos forem se reproduzindo a violência por todos os redutos sociais!

Por fim, a crueldade das multidões atinge o seu ápice em casos como este que ocorreu no centro de Viamão. Ao longo do seu desenvolvimento, a crueldade da multidão se cria dentro de casa, nas escolas da vida, nas salas de cinema e se espalha rapidamente pela sociedade que adora consumir essa violência e esse derramamento de sangue cinematográfico. O crime (Assalto!) aparece assim e se propaga de forma rápida em outras modalidades de crimes cada vez mais cruéis (Assassinato!).

sábado, 18 de julho de 2015

Sobre a criminalidade.

Confesso que fico muito angustiado quando vejo uma pessoa sendo exposta à quaisquer tipos de arma de fogo. O assalto, hoje em dia, está enraizado na sociedade como algo tão natural que se torna inútil tentar qualquer reação contra ele. Fora isso, estaremos cada vez mais exposto ao (s) tiro (s) e à morte.
Lendo algumas páginas policias e consultando alguns textos na internet e pelas redes sociais, lembrei de um passado recente, no qual fui vítima de alguns assaltos onde consegui analisar as característica dos instrumentos de trabalho do delinquente de perto: pistola cromada ou polida e tambor de revólver danificado, por exemplo. Acreditem, por algumas vezes estive sob a mira de uma arma de fogo e sob o olhar vingativo do criminoso. Ou seja, com uma arma, revólver ou uma pistola apontada para a cabeça ou para qualquer outra parte do corpo: não esboce qualquer tipo de reação, lembre – se que bens materiais se consegue reconstruir, mas a vida não!
Mas na verdade, o tipo de crime que me preocupa muitíssimo é o crime “moral”. Chamo de crimes morais aqueles praticados pelos corruptos e bandidos que estão no poder. Se é verdade aquele dito popular de que “o exemplo vem de cima”, podemos entender porque existe um avança tão considerável em relação à criminalidade na sociedade atual. Quanto aos criminosos morais, sim, aqueles que falam em tom elegante, aparecem bem bonitinhos na televisão e vestem ternos caros e gravatas ornamentadas de toda a espécie. Ora, estar no poder requer moralidade, certo? Não fosse isso, pasmem, nosso sistema $representativo$ não seria tão rico, idôneo e legítimo.
A nossa triste realidade é que um tiro de pistola vende mais do que milhões desviados ou roubados em um negócio lucrativo entre os bandidos engravatados que estão a assaltar, diariamente, o povo. Nos últimos casos recentemente noticiados, homens públicos (Verdadeiros criminosos de poder em punho!) atuando na surdina junto à empreiteiras para saquear grana preta do povo! Mas isso não é nada, pois o brasileiro gosta é de sangue! Sem tiro, violência e morte, como ensinam ao povo, jamais será crime ou “chinelagem”!
Os poderosos não fazem seus deveres para com os cidadão porque não possuem recursos ou algo nesse sentido. Não fazem justamente porque se apropriam, roubam para si ou para terceiros, dos recursos sem precisar disparar um tiro sequer. Já pensaram quanta evolução: realizar um grande ato criminoso, lucrar muito dinheiro e não precisar disparar uma vez? Aquilo que era privado, não vira público, volta a ser privado em virtude de desvios etc...
Mas isso não importa para a grande sociedade, saqueada desde os primórdios e educada, diariamente, por uma mídia escrota e imbecilizante. Para ela, nada mais compensador do que ver a polícia matando criminosos armados e trabalhadores favelados, estigmatizados desde sus origens.
Tudo isso é muito preocupante na medida em que as pessoas responsáveis por guiar a nação e respeitar o cidadão brasileiro fazem justamente o contrário. Por exemplo, o presidente da Câmara do Deputados, senhor Eduardo Cunha, acusado de alguns crimes que dispensam as armas de fogo, a morte e o sangue, ameaça o governo ou qualquer um que esteja no seu caminho caso seus desejos não sejam satisfeitos. Fica bravinho, ameaça e bate pernas por qualquer coisa! Ora, no mínimo um ato medíocre e desrespeitoso de um cidadão com fortes tendências criminais e autoritárias (Inclusive está sendo investigado por instituições responsáveis.) mas que está livre e dispostos a continuar em frente com seus atos interesseiros e que vão contra os reais interesses da população em geral.
Por fim, os bandidos mais perigosos estão soltos e se vestem bem. Aparecem no sensacionalista jornal da noite com suas ordens cretinas e suas posturas moralistas e inescrupulosas. Defendem apenas interesses pessoais e partidários. Por outro lado, os mais feios são mostrados na imprensa com um fuzil na mão, vendendo drogas, e habitando favelas, redutos miseráveis que os corruptos e criminosos morais querem ver longe dos seus olhos. Tudo isso dentro do Brasil, a famosa pátria educadora, mas que educa pra quê ( m ) mesmo?