segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Os Black Blocs são meus amigos!



Acaba de sair uma pesquisa na imprensa mostrando um alto índice de rejeição aos grupos Black Blocs, que tem sido bastante focado na atualidade por suas ações nas manifestações que têm ocorrido pelo Brasil. Cientistas estudam saber quais os objetivos destes grupos, o que os move! A imprensa joga todas as suas fichas, junto com autoridades, para condenar fortemente a atuação dos grupos.
Tempos atrás, tive uma taxa de R$ 16,00 reais cobrados indevidamente por um banco o qual não quero citar o nome. Era a segunda taxa que ele havia me cobrado de forma ilegal em menos de 20 dias. Quando pedi (Pela segunda vez) o ressarcimento, a atendente me comunicou que não seria possível, uma vez que o banco não poderia ressarcir duas taxas em curto espaço de tempo. Isso mesmo: o banco acabara de me roubar! Vândalos, arruaceiros!
Como não poderia deixar de ser, saí com toda a minha indignação acumulada. Pensei em chamar a polícia; pois é, seria tão “desnecessário”? Afinal, com R$ 16,00 não se faz muita coisa em um país caro como o Brasil. O fato é que fui para a casa pensando nas notícias que, volta e meia, aparecem nos grandes jornais indicando o altíssimo lucro que os bancos conseguem por trimestre! Sim, então consegui entender, como ninguém, de onde eles conseguiam tantos lucros!
Agora o leitor pode imaginar: quantas pessoas são roubadas da mesma maneira que eu fui por estes verdadeiros ladrões que têm o aval das leis e do Estado para reproduzir as suas falcatruas pelos quatro cantos do Brasil e do mundo? Saca, aquele banco que patrocina novelas e programas de televisão? Sim, aquele que coloca publicidade nos estádios de futebol e nos mentirosos comerciais de horário nobre! Vândalos, criminosos!
Foi, então, que as manifestações ocorridas pelo Brasil trouxeram os homens de preto que não matam nas favelas e, muito menos, espancam professores! Foi, então, que apareceram os Black Blocs, tão ridicularizados pelos governos e suas forças repressivas. Tão queimados pela mídia que, pasmem, são sustentadas pelos bancos, que investem verdadeiras fortunas em patrocínios, publicidades ou algo do tipo!
Não estou, aqui, defendendo atos de violência! Estou apenas exaltando o ato de resistir! Sim, aquela resistência que não tive coragem de praticar, os Black Blocs o fazem! Naquele dia que fui roubado pelo banco, me revesti dos meus instintos mais primitivos, mas não o suficiente para fazer o que os BB’s fazem, quebrar uma vidraça ou danificar um caixa eletrônico! Ora, o que você, caro leitor, faria ao ver R$ 16,00 reais ser levado pelo banco e não mais ser devolvido? Sentiria pena da instituição bancária? Chamaria o prefeito ou a polícia?
Pasmem! Os Black Blocs são meus amigos, sim! Não venha a mídia podre falar em vandalismo pelo simples ato de quebrar! Roubar R$ 16,00 reais é vandalismo, é crime! E os bancos, mais do que ninguém, sabem o que significa isso! Mas por que a imprensa e as mercenárias autoridades silenciam? Simples, eles também dividem e praticam a receptação de toda a fortuna que os bancos criam por meio de verdadeiros roubos como aquele que fui vítima!
Por falar nisso, sabem o que as pessoas diziam sempre que eu tentava contar esta história? Diziam assim: "que barbaridade, depois quebram os bancos e são chamados de marginais! Tem mais é que quebrar mesmo!"

domingo, 3 de novembro de 2013

Todo o clube de futebol é uma instituição política.



Ocorreu – me de voltar no tempo e lembrar  da época em que eu freqüentava a Escola Rubra, a escolinha de futebol  do Sport Clube Internacional, de Porto Alegre.  Não lembro exatamente dos dias em que treinava; mas lembro, como se fosse hoje , do esforço que eu fazia para conseguir colocar uma chuteira velha em uma sacola e ir para o treino. Na época, existiam as linhas de ônibus Bela Vista e Anita, que saiam do ainda bairro humilde Bela Vista e me deixavam ali no Parque Farroupilha, onde eu subia no T5, encarregado de me largar perto do estádio colorado,o Beira – Rio.
Naquele tempo, procurava entender porque eu jamais cheguei à seleção de minha categoria (80) uma vez que muitos atletas jogavam pior do que eu (Inclusive atuando na mesma posição: meia esquerda) mas acabavam levando a vaga. Os famosos campeonatos internos eram o exame máximo para os atletas juvenis; hoje, não sei qual o critério de escolhas para os “melhores” chegarem à seleção.
O fato é que o tempo foi passando e o meu pensamento, de certa maneira, começou a amadurecer ao longo do caminho. Hoje, toda a vez que me lembro dos treinos pesados e jogos difíceis que participei, dos amigos que fiz, de muitos boleiros que vi em campo, dos professores que tive, tenho ainda mais certeza: todo o clube de futebol é uma instituição política. E quando refiro – me à instituição política, não o faço apenas levando em consideração sua organização interna com suas devidas hierarquias e relações de poder com as quais convivem. O faço amparado naquilo que muitos ignoram mas está logo ali, na parte externa às quatro linhas: os patrocinadores!
Muitas pessoas procuram evitar, mas a verdade é que os clubes de futebol já não correm como antes! Na época dos salários milionários, a etiqueta e o faz de conta tomam a dianteira em relação àquela garra contagiante e daquela heróica vontade de vencer. Neste contexto, quem são os boleiros que surgem? Pois é, boa parte surge de famílias conceituadas que injetam verbas nos clubes e exigem algo em troca. Muitos deles são lançados no mercado futebolístico por empresários que enriqueceram lançando atletas que fizeram fama como grandes jogadores e estão estabilizados, no mercado.
Sim, todo clube é uma instituição política, basta ver que são como o Estado, por exemplo. Quem imagina que o Estado trabalha para o povo, está enganado! O Estado trabalha para resolver os problemas do próprio Estado! Daí as indicações meramente políticas e despreparadas para cargos em virtude de alianças, e somente isso. O resultado? Talvez o que estamos assistindo com as nossas manifestações possa nos situar um pouco!
E os grandes times de futebol, pelo mundo: estariam trabalhando para a alegria geral do torcedor? Estariam preocupados em vencer os grandes campeonatos para arrecadar mais fundos com sócios etc? Parece – me que não! A verdade é que o clube não está interessado nos seus torcedores! Fossem assim, os ingressos custariam essa verdadeira fortuna? Fosse assim, a mensalidade do sócio seria tão alta?
Uma instituição política, onde os clubes trabalham para resolver apenas os seus problemas. Lembram os contratos com grandes emissoras de Tv, onde se transmitem apenas os jogos dos clubes de maior poder político, lesando milhares de pessoas que pagam mensalidades e queriam ver o seu time em campo pela Tv? Lembra aquele jogador ruim, mas que é filho de um famoso jogador ou de um importante conselheiro!
Lembre de tudo isso, pois eu lembrei aqueles tempos de Escola Rubra! Lembrei daqueles colegas que chegavam em seus luxuosos carros e, tempos depois, eram os mesmos convocados para a seleção da categoria! Lembrem de tudo: do futebol e das instituições políticas; afinal, anda muito caro ser um torcedor presente, hoje em dia!