quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

Os “homicidas” do Capitólio e da boate!


 Os “homicidas” do Capitólio e da boate! 

No último sábado, dia 8 de janeiro, um imenso pedaço de rocha se desprendeu de um cânion e caiu sobre lanchas que faziam passeios próximo ao local. No sul do Brasil, no dia 27 de janeiro de 2013, um incêndio de grandes proporções atingiu a boate Kiss, na cidade de Santa Maria. 

Parece filme, mas não é! Os fatos narrados acima são tão reais que, por suas imagens, provocam pavor, desespero e solidariedade. 

O primeiro fato ocorreu em uma região de cânions, em Capitólio, estado de Minas Gerais. A queda de uma rocha causou a morte de, pelo menos, 10 pessoas que passeavam pelo local dentro de 4 lanchas. 

A grande mídia trata o fato como tragédia, mesmo ciente de que autoridades já tinham conhecimento da fissura no cânion; no entanto, não foi capaz de interditar aquela região para turismo e passeios. Isso parece deixar bem claro que as mortes poderiam ter sido evitadas não fosse a omissão do poder público. 

O segundo fato aconteceu na boate Kiss, aqui no Rio Grande do Sul. Um incêndio causou a morte de 242 pessoas e deixou feridas mais de 636. Esse fato ocorreu no dia 27 de janeiro de 2013. 

Também relatado como tragédia, o sensacionalismo midiático e o sistema punitivista estatal buscaram culpados para o incêndio. Como o sistema trabalha apenas para resolver os problemas do próprio sistema, apontaram o dedo torto e condenaram os quatro acusados, que foram submetidos ao tribunal do povo, como se fossem milicianos, executores de desafetos que matam à luz do dia, descarregando balas de todos os calibres de seus poderosos arsenais. 

Também no caso do incêndio, onde andava o poder público que não fiscalizou, ou fiscalizou porcamente, emitindo o alvará de funcionamento à boate, mesmo sem oferecer as condições necessárias? E o MP-RS? Andava exercendo sua função institucional, como fiscal da lei, ou andava escondido em seus luxuosos gabinetes de promotoria negligenciando investigações preliminares e apenas buscando condenar os réus? 

Em síntese, quando o poder público se omite, não temos tragédia, mas crime! Tivesse atuado conforme a lei, com a devida e eficiente fiscalização, tanto a região dos cânions como a boate Kiss estaria fechada, impedidos de funcionar. Assim, todas as mortes poderiam ter sido evitadas. 

Mas, repito, como o sistema trabalha apenas para resolver os problemas do próprio sistema, é possível que as famílias dos pilotos das lanchas tenham de pagar indenização por danos, uma vez que seus entes também vieram a óbito junto com os turistas que ali estavam. Vergonhosamente, não se vê autoridades no banco dos réus! Não se percebe justiça em fatos como esses: escolhe-se um culpado, e o condena como um assassino a anos de cadeia!