sábado, 22 de junho de 2013

Dilma, chega de brincar com o povo! O Gigante acordou!



Os últimos acontecimentos que balançaram o país fizeram do Brasil uma incógnita tanto no cenário nacional, como no cenário internacional. O que será, do Brasil, depois deste grande momento histórico? Uma gigantesca população nas ruas e uma quebradeira que muitos justificam como “inaceitável” fez, depois de muitos anos, as autoridades refletirem sobre o contexto social brasileiro! Neste sentido, e a meu ver, com muita demora, a presidente Dilma veio a público se manifestar sobre os acontecimentos. Este texto pretende debater um pouco as palavras da presidente com a real situação do povo brasileiro. Desde já, deixando bastante claro que tratar de todas as pautas e reivindicações dos movimentos parece fora de cogitação, em virtude do tempo e do trabalho para escrever este texto.

Iniciando os trabalhos, gostaria de tentar uma comprensão melhor do termo “ordem” mencionado pela presidente Dilma em seu discurso. Ora, a “ordem” pressupõe uma organização social, onde governo e cidadãos convivem em relevante situação de harmonia. Neste sentido, Dilma diz, e com razão, que o Brasil está em desordem, que algo está fora dos eixos. Mais ainda, refere que tudo tem de ser feito dentro da “ordem” e da “ Lei”.

Costumo dizer que um funcionário de qualquer empresa ( Tiradas as devidas generalizações) é o reflexo dos seus superiores. Ou seja, ele reproduz da mesma maneira todos os conhecimentos que adquiriu ao longo de certo período de trabalho. Quero, aqui, argumentar que se a sociedade brasileira é o reflexo dos seus governos, então estes movimentos que se propagam por todo o Brasil nada mais são do que a consequência de uma imensa insatisfação com as pessoas que detém o poder, o Estado. O povo já não suporta mais a incompetência e a negligência ( Nitidamente marcadas em uma espécie de “tabuleiro” de interesses) do Estado para com seus cidadãos! Neste sentido, me parece claro que a maior desordem da população não venha daqueles que estão quebrando ou manifestando – se pelas ruas e avenidas. Em outras palavras, o povo não “quebra tudo” sem motivo. Repito, a sociedade de um país é o reflexo dos seus governantes; se algo vai mal embaixo, onde instrumentos de alienação social funcionam com altíssima produtividade, é porque lá em cima o problema se torna ainda mais grave.

Passando este primeiro aspecto, a “ordem”, gostaria de comentar um pouco sobre “lei”, também mencionado pela presidente Dilma, mais de uma vez, em seu pronunciamento. Para tanto, gostaria de buscar apoio num ordenamento bem relevante: a Constituição de 1988. Em apenas duas citações, poderemos perceber porque este povo está nas ruas e qual os reais interesses de quem é responsável por conduzir o país. Vejamos:

Parágrafo único do Artigo 1º: “Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos...”.

Por esta citação, percebemos como existe uma enorme contradição em nosso sistema “representativo”. Na verdade, o poder jamais emanou do povo, ele foi e, provavelmente sempre será, emanado por aqueles que detém o poder econômico. Um exemplo, o governo brasileiro é determinado como um modelo “assistencialista”. Pra quem está alienado, isso se restringe a benefícios sociais ( Bolsa – família etc...). Mas precisamos pensar mais além, pois o assistencialismo a grandes empresário, bancos etc... injeta cada vez mais desigualdade social pelos cantos do Brasil. Repito, o povo não “quebra tudo” sozinho!

E agora, mais do que nunca, a sociedade brasileira começa a perceber este tipo de interesse que está em jogo! Neste caminho, são desviados bilhões de reais (Pagos com tributos ridiculamentes altos) por pessoas corruptas e verdadeiros vândalos que deveriam zelar pelo compromisso com a sociedade. Então, amigo leitor, o poder emana, mesmo, do povo? Será que escolhemos ser roubados a todo instante por políticos nas quais acabamos votando (Obrigados) e que acabam nos enganando? Mais ainda, quem, de verdade propaga a desordem? Quem são os reais vândalos da sociedade atual?

Por fim, gostaria de escrever também sobre o Artigo 5º da Constituição de 1988.

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo – se aos brasileiros (...) a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos...” .

Bom, a presidente Dilma falou em “lei”. Disse que tudo deveria ser feito dentro da lei. Então, o Estado garante o que mencionei acima, na parágrafo 5º, do nosso maior ordenamento? Viram como é fácil perceber como o povo é o retrato de seus governos! Se o Estado é o maior vândalo, como exigir que o povo não o seja? Como prender uma pessoa que quebra um banco, se – ao mesmo tempo – milhares de brasileiros quedam frente à violência, vítimas da real negligência do Estado? Que moral temos para julgar isso? Apenas um exemplo...

Este artigo, em vista da real situação social brasileira, parece completamente desarticulado com a realidade que vivemos hoje. Ele acaba idealizando uma realidade que se encontra apenas na primeira classe da sociedade, pois os que concentram maior parte das riquezas tem o aval dos nossos “representantes”. Portanto, a lei funciona única e exclusivamente para as elites, ou alguém é tão “ignorante” a ponto de acreditar que o filho de um rico empresário dividirá uma cela do Presídio Central (Porto Alegre) com o filho de um papeleiro, ainda que ambos tenham cometido o mesmo crime?

Enfim, Dilma fez um interessante pronunciamento. O dinheiro investido na educação foi muito relevante, tudo precisa de um início. No entanto, para ainda ganhar mais confiança, poderia diminuir os lucros desta imensa nata capitalista chamada Petrobras. Ou seja, aumenta a arrecadação do governo, diminui o lucro exploratório, e o consumidor não gastará tanto com a gasolina, por exemplo. Tá bom! Tá bom, aí é pedir demais presidente!

 Finalizando, a presidente acabou chamando o povo de volta ás ruas quando contou uma piada, no seu pronunciamento à nação. Disse ela que as questões deveriam ser resolvidas por meio da “cidadania” e não pautadas por questões “econômicas”. Pois ela tem toda a “razão”, até porque o imenso aparato policial que estava defendendo a RBS, na última manifestação,  usou de extrema cidadania para com os protestantes! Mas tudo na paz, sem nenhum interesse econômico!


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