segunda-feira, 6 de abril de 2020

Paul Ont Khu

                   Paul Ont Khu


Nunca foi de minha preferência frequentar os parques ou academias da cidade e exibir o meu porte atlético como forma da saciar o meu desejo de me achar o tal. Sempre fui mais caseiro, daqueles que sempre cultivou a ideia de resguardar as coisas do lar, a família e os amigos. Por falar nisso, não quer dizer que jamais tenha saído ou frequentado boas festas nesta linda capital dos gaúchos.
Pois que foi nesse contexto que conheci Paul: em uma festa, numa boate regada à cerveja, drinks e de belas mulheres. Um prato cheio para o homem se achar “grande” e colocar o seu ego e masculinidade acima de qualquer coisa. Paul sabia disso: ter dinheiro dentro de uma boate é ter poder! E ter poder não é conquistar alguém, é pagar para que alguém te conquiste.
Conforme o tempo foi passando, a minha amizade com o Paul estreitou os nossos laços de afinidade de tal forma que nossas vidas e nossas atitudes já não seriam mais novidades a nós dois. Ele sempre adorou o poder, principalmente, quando estava a financiar atividades sexuais com as profissionais das boates. Parecia estar no comando de um grande império! Parecia conduzir uma nação inteira com legitimidade sem saber que estava praticando o seu próprio autoritarismo e fazendo gozar apenas o seu próprio ego.
Então o jovem rapaz resolveu entrar para a política, pois imaginava que no seu egocentrismo imperial poderia mudar o Brasil. E não é que se deu muito bem? Por meio de falas e de relatos conspiratórios conseguiu chegar onde jamais se esperaria. Defendia uma política séria e longe da corrupção ao mesmo tempo em que passou por vários partidos políticos comprovadamente envolvidos com corrupção. Nesse contexto, a questão fidelidade passa tão longe que nem mesmo os terraplanistas a conseguiriam observar!
Paul foi estratégico: sempre construiu um discurso contrário á situação, mas sempre mimou seus filhotes como se a política já não fosse tão séria assim. Defendia e idolatrava tiranos e torturadores ao mesmo tempo em que imaginava estar falando em Estado Democrático de Direito.
Até que um dia o Paul Ont Khu, depois de permanecer durante anos dormindo e vegetando na Câmara dos Deputados Federais conseguiu alcançar a glória: chegou á presidência da República! Em nome de “Deus”, do seu patriotismo e de sua dedicação ao povo brasileiro continuou a viver o seu conto de fadas com o poder.
Contudo, trocou as boates pelos ministérios. Trocou uma vida desregrada por uma vida sem regras. Assim, acabou vivendo tudo o que vivera há tempos atrás nos dias de hoje. Ou seja, o seu ego estava acima de tudo ao mesmo que dizia que apenas Deus estaria acima de tudo.
Por fim, Paul Ont Khu, desde cedo, foi obcecado pelo poder. No final das contas, chegou até lá mamando nas tetas de um povo condenado á miséria. Exerceu sua autoridade de deputado trilhando por solos imundos da corrupção, inclusive passando mais de uma vez por uma das legendas mais criminosas do país: o PP. Ou seja, seu ego permitiu que o governo federal fosse transformado nas suas boates de outrora. Hoje, não importa se o ministro é competente ou não!
Tal qual antigamente: não importava se a menina era boa, bonita, ou não! Bastava um canetaço que tudo se resolvia. Na atualidade tudo se repete, como diria Marx. Apenas muda o contexto: o que Paul Ont Khu fazia em uma boate, hoje o faz sem escrúpulo algum dentro do reduto mais importante do Brasil: o Palácio do Alvorada.


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