segunda-feira, 15 de março de 2021

O Brasil em lágrimas!

O Brasil em lágrimas!

Enquanto escrevo este texto, no isolamento completo do meu gabinete, uma pessoa deve estar perdendo a vida vítima da COVID-19 no Brasil e no mundo. Então vou tentando esquecer esta fase tão triste da nossa história. Quando estou a me esforçar para traçar o pensamento rumo a outro horizonte, escuto um barulho que vem da esquina; quanto mais se aproxima de mim, mais aquele barulho se torna ensurdecedor.

No dia de hoje, o estado do Rio Grande do Sul ultrapassou a triste marca de 15 mil óbitos por COVID-19. A quem interessar possa: são os nossos amigos, os nossos familiares; enfim, nossos entes queridos. O barulho que escutei à pouco começa a ficar mais claro, já que não era tão comum como nos dias de hoje. Acreditem, ambulâncias transitam em altíssima velocidade pela cidade com as sirenes ligadas no volume máximo, na esperança de conseguir conduzir o paciente ainda com vida ao hospital.

Estranhamente, tudo parece um filme! A vida e morte nas telas: ao vivo e a cores.

Com muito pesar e revolta, leio a informação de que, no Brasil, já são mais de 279 mil mortes em virtude dessa pandemia. Repito: são os nossos amigos, os nossos familiares; enfim, nossos entes queridos. Ou seja, um povo que sucumbe frente a um sistema projetado para sucatear a vida.

Exemplificando, não foi por acaso que o presidente tupiniquim fazia cara feia em entrevistas à imprensa no momento em que o Brasil, tardiamente, começou a se empenhar nas questões relacionadas à vacinação. Era visível o desencanto de um homem que tinha a consciência de que não havia outro caminho, mas que, por interesses obscuros, optou por fazer piadas desde o início dessa pandemia, desmerecendo os falecidos do seu povo e zombando da perda e do sofrimento de milhares de famílias brasileiras.

Por outro lado, se o governo central tivesse levado a sério o momento nebuloso que se aproximava e conduzisse as ações da mesma forma que alguns governadores e prefeitos desde o início, com prudência e prevenção, talvez hoje não estivéssemos em colapso no nosso sistema de saúde, com hospitais e UTI’s carecendo de leitos em virtude do grande número de infectados.

Muitos dirão que o presidente não tem culpa ou que a culpa é dos governos anteriores (Lula, principalmente!), o que não se comprova na prática. No dia de ontem, a médica Ludhmilla Hajjar negou-se a trabalhar ao lado do presidente no Ministério da Saúde. Conseqüentemente, foi ameaçada e perseguida pela mesma trupe que defende o uso de armas e munições como a salvação da pátria, fazem fortes apologias à intervenção militar e são, comprovadamente, protagonistas de diversos atos antidemocráticos contra os órgãos instituídos pelo Estado Democrático de Direito.

Em síntese, a imagem que anexo a este texto mostra bem a intenção do presidente. Ainda precisamos de um estudo mais aprofundado para descobrir com quantas mortes se reelege o pior e mais negligente presidente da história deste país. Enquanto isso, o povo chora incansavelmente a perda dos seus.

Certa feita, escrevi aqui nesse blog:

”Dilma, chega de brincar com o povo brasileiro!”

Agora, de outra forma, em outro contexto:

“Bolsonaro, deixe de ser o protagonista do genocídio do povo brasileiro!”