quinta-feira, 27 de julho de 2023

O Grêmio é freguês do Flamengo.

     O Grêmio é freguês do Flamengo.

     Não sabemos o que pode ocorrer na partida de volta a ser realizada no templo futebolístico do Maracanã, no dia 16 de Agosto. Por trata-se do Grêmio, que tanto já utilizou de sua famosa imortalidade para superar diversas adversidades, tudo é possível. No entanto, com os dois gols que levou ontem, a situação ficou bem complicada. Nesse contexto, duas coisas restaram bem claras após o apito final da partida de ontem à noite: a) O Grêmio é, sim, freguês do Flamengo; e, b) Nos últimos tempos, o tricolor gaúcho tem se “apequenado” frente o rubro-negro carioca.   

     Não há como confrontar os números: nos últimos anos, desde 2018, o Grêmio tem colecionando sucessivos fracassos jogando contra o Flamengo, seja na Arena, seja em qualquer lugar deste Brasil. Pare se ter uma noção, a última vitória por dois gols de diferença em favor do tricolor gaúcho sobre o Flamengo foi em Agosto de 2018. Ou seja, há quase 5 anos isso não acontece. Se mudarmos o foco e analisar por local da partida, destes tempo pra cá, foi apenas uma vitória do Grêmio dentro da casa rival, e por 1 a 0. É muito pouco para um clube com a história do Grêmio, que não leva sua imortalidade por acaso.

     Isso nos leva a confirmar que, pelo menos nos confrontos dos últimos anos, o Grêmio tem sido freguês do Flamengo! Isso é inquestionável. No entanto, tudo é possível em futebol e no dia que os torcedores não acreditarem mais em seus clubes decretar-se-há o fim do futebol. Quem sabe após cinco anos o time de Renato consegue fazer dois gols e não levar nenhum, no Maracanã, e realizar a façanha de levar a partida aos penais? Que tal meter 3 gols e passar direto às finais da copa? Sonhar não custa nada! 

     Como torcedores, sempre estaremos apoiando; afinal, já superamos obstáculos piores! 

     Outro comentário a ser trazido aqui: o Grêmio tem se tornado um time pequeno perto do Flamengo nos recentes enfrentamentos. A impressão é que o time joga com medo e sob forte tensão; não consegue manter a bola consigo, se desconcentra no momento da marcação, e sem forças para atacar, isso quando não erra finalizações a acaba punido pela bola! Um exemplo disso foi a expulsão completamente irresponsável do tão idolatrado W. Kannemann, aos 59 minutos de jogo, ontem! 

     A postura do zagueiro refletiu o time em campo, tenso, com pouco desempenho em termos de criação ofensiva e fortemente envolvido pelo qualificadíssimo time do Flamengo. Só para lembrar, não fosse aquele penal perdido pelo Gabigol, com todo o mérito para a defesa de Gabriel Grando, o tricolor poderia mandar uma equipe alternativa ao Rio de Janeiro para fazer turismo em Agosto.

     Enfim, o Grêmio precisa ter postura contra o rubro-negro carioca. É hora de entender que futebol é 11 contra 11, não é vídeo-game! Parece que o tricolor enxerga um Real Madrid ou algo do tipo quando entra em campo para esses embates. A impressão que se tem é que nada funciona; o time não consegue se concentrar na marcação e na criação, e o abalo dos atletas se externaliza da forma como aconteceu ontem na figura do zagueiro expulso. 

     Temos condições de reverter a partida de volta? Com certeza que sim, a história nem tão recente, não nos permite deixar de sonhar! Afinal de contas, somos imortais e se todos os atletas, com a forte vibração positiva da nação gremista, fizerem essa leitura com certeza poderemos atrapalhar as pretensões do agitado técnico Jorge Sampaoli de seguir às finais da Copa do Brasil.


quarta-feira, 19 de julho de 2023

Uma Porto Alegre atual.

Uma Porto Alegre atual.
 

Após a aula, Antônio chegara em casa ansioso. Desejava esperar a hora do jantar, onde toda a família estaria reunida, para contar sobre a peça que criara para apresentar no evento de Teatro organizado pela sua escola de nível fundamental. Quanto mais o tempo passava, mais o garoto se agitava, beliscando salgados e caminhando de um lado para outro na sala de estar.

Chegado o grande momento, a família postada para o jantar, só faltava o Antônio, que àquela altura já estaria dormindo. Então, de forma carinhosa e afetuosa, sua mãe, dona Odiva, se aproximou do leito:

_ Filho, o jantar está servido, vamos comer!

De pronto, Antônio levantou da cama, calçou suas pantufas em forma de tigre, apanhou o seu diário de capa dura e correu para a mesa de jantar. Apesar de ter sido acordado de um sono profundo, estava feliz: chegara o momento mais esperado do dia!

Era uma mesa retangular, onde os pais se sentavam nas pontas e Antônio e seu irmão Danilo se acomodavam nas laterais, frente a frente. Seu Ricardo, após degustar um delicioso pedaço de carne de panela, largou o garfo sobre o guardanapo e dirigiu-se ao filho Antônio:

_ Pois bem, filho, querias nos contar sobre a peça que escreveu para a disciplina de Teatro da escola; por favor, fale!

_ Tudo bem, papai: espero que gostem!

_ Trata-se de uma Porto Alegre imperial e absolutista, onde os órgãos de segurança faziam de tudo para agradar o rei, menos segurança! Havia homens armados e carregando espadas, balançando seus corpos fardados sobre fortes cavalos agitados!

Após tomar um gole de suco, seguiu o jovem com sua história:

_ Em vários pontos desta Porto Alegre, não há homens á cavalo; mas, sim, assaltos, brigas e pavor público frente aos riscos que se corre ao transitar pelas ruas. No entanto, era uma cidade que possuía poder decisório de cunho tirânico, não com os marginais ou criminosos em potencial, mas com pessoas que ocupam as ruas e os lugares públicos para se divertir, trocar boas conversas e curtir a cidade.

Chegada a parte mais esperada, Antônio levantou o tom de voz sob os olhares atentos da família:

_ Em um bairro boêmio da cidade surgiram aqueles cavalos, que não estavam garantindo a segurança; muito pelo contrário, ofereciam correria, repressão e disseminavam o pânico e a violência! Aquelas espadas bizarras que eu só tinha visto em filmes que retratavam períodos antigos da história estavam lá, em punho, acertando com violência quem estava tomando um copo de cerveja clamando por "calma"!

Após alguns minutos, Antônio se encaminha para o final do seu resumo:

_ Por fim, era uma cidade tirânica, onde o público estava sendo cerceado dos seus direitos mínimos. O rei mandava e as forças repressivas obedeciam cegamente como verdadeiros animais exercendo seus instintos primitivos! As elites mantinham o controle da situação, oferecendo migalhas aos tiranos e se apropriando da cidade. Os guardas repressores não levantavam espadas, atiravam bombas de gás ou agrediam as pessoas com cacetetes para garantir a segurança de alguém; mas, sim, para preservar interesses obscuros, contraditórios e antipopulares. Resumidamente, essa é a história que vou apresentar, por meio de uma peça teatral, na escola!

Fascinada com a exposição do filho, a mãe, após ouvir atentamente o conteúdo a ser aplicado na peça, largou a taça de vinho - que já estava vazia - sobre a toalha estampada da mesa:

_ E como há de se chamar essa magnífica peça?

Logo, obteve a resposta:

_ Uma Porto Alegre atual!