domingo, 26 de junho de 2016

Vamos brincar de polícia e ladrão?

Em primeiro lugar: fraternosos abraços, caros amigos e leitores! Vamos a mais uma coluninha neste nosso tão querido Blog do Gui! Sejam muito bem - vindos!
Frequentemente, no condomínio em que resido, fico a observar talvez a principal brincadeira das crianças que moram ali: “polícia e ladrão”. Crianças correm por entre carros e blocos com uma arma de brinquedo em punho; os que representam a polícia perseguem os que representam os ladrões, e assim vai por longo tempo! Atiram uns contra outros com uma ingenuidade que só o futuro os fará perceber! Pá!Pá!Pá! O ruído dos tiros entonados pela voz dos menores chama a atenção até mesmo de quem reside nos apartamentos mais acima, como é o caso deste que aqui escreve.
Então, comecei a refletir sobre a minha infância, algumas aninhos atrás. Existia essa brincadeira? Claro que sim, não apenas existia como era uma das diversões mais desejadas pela criançada. Essencialmente, a brincadeira “polícia e ladrão” era a mesma que as crianças fazem no meu condomínio, com a grande diferença de que não existia a arma de “fogo”. Corríamos uns dos outros, por entre carros, e nos escondíamos nos limites estabelecidos em apenas uma quadra. Não havia tiro qualquer, precisava - se apenas que a polícia tocasse no ladrão para que o mesmo fosse preso em uma cela fictícia que criamos no pátio da minha antiga residência.
Era uma brincadeira bastante interessante e exigia que estivéssemos aptos a correr, a ficar atentos e a agir com rapidez. Sim, éramos crianças e aprendemos isso em algum lugar! O crime, a polícia e o ladrão. As crianças do meu condomínio são o que eu fui durante a minha infância! Além de outras brincadeiras e esportes, como o futebol, o taco, o esconde - esconde, existia o “polícia e ladrão”!
No entanto, por que somos socializados de forma com que brincadeiras que nos conduzem a realidades extremamente negativas no futuro, como é o caso da “polícia e ladrão”, estejam tão presentes? Lembro de uma época em que era permitida a venda de armas de brinquedo: um revólver, uma pistola…
Atualmente, a criminalidade está tão presente que, acreditem, muitas pessoas cometem delitos com armas de brinquedo, talvez a mesma utilizada na brincadeira de “polícia e ladrão” de outrora! Daí, como separar uma infância inocente de uma realidade que colhe aqueles mesmos frutos que plantamos no passado? Parece claro que não quero fazer, aqui, uma distinção entre pessoas.
Neste texto, o que desejo é mostrar que crescemos sobre a influência das armas, da violência e da postura que minimiza a importância do ato de viver! Lotamos as salas de cinema para ver sangue, aprender quem são os heróis e precisamos sair de lá com a consciência de quem deve ser fuzilado ou morto! Ou seja, precisamos absorver quem são os bandidos!
As crianças brincam: Pá! Pá! Pá! Uma espécie que crime de homicídio ingênuo onde sempre se perde uma vida. Afinal, qual a função de uma arma de fogo que não tirar a vida de uma pessoa? Mas tudo não passa de brincadeira e precisamos entender que sim, muitas brincadeiras são o futuro, ou será que algum leitor nunca brincou de ser médico, policial ou vendedor?
Enfim, as brincadeiras de “polícia e ladrão” deixam de ser diversão para se tornar algo sério, dependendo da situação, com o passar do tempo. Muitas pessoas resolvem adentrar ao mundo nebuloso da criminalidade por algum motivo. Mais ainda, muitos entram para ser policial e acabam virando ladrão, num exercício de contradição que ninguém poderá explicar, muito menos julgar. Assim, cabe a cada cidadão refletir sobre o que se fez, algum dia, para evitar o encontro entre a infância e a adolescência com as armas, os tiros e a violência em geral. Caso contrário, poderíamos ter a certeza de que estamos completamente perdidos em relação à sociedade que nós mesmos estamos criando.

Foto:

Brincadeira ou uma triste realidade?

sábado, 4 de junho de 2016

Trabalhe, não pense! Seja mão - de - obra e não questione!

Trabalhe, não pense! 
Seja mão - de - obra e não questione!
Ontem, tive uma das melhores aulas desde que penetrei nos certames acadêmicos para aprofundar e conhecer mais sobre as ciências humanas, em especial, as Ciências Sociais e o Direito, meu atual e empolgante campo de estudos. Tal aula tratava sobre a intervenção do Estado na sociedade.
Meu desejo de contribuir com o leitor essa troca de conhecimentos surge como resultado de um processo que se caminha para um retrocesso de extrema relevância no campo educacional. Assim, surge como meta do governo atual e, em certa medida, já se encontravam nos governos anteriores, fazer com que se esgote todas as possibilidades de reflexões sobre a sociedade atual. Não importa o quão desigual ela seja! O meta é fechar os olhos das pessoas para que ela não consiga compreender como se desenvolve o processo históricos de saques do povo por parte do Estado, com a participação fundamental daqueles grupos que detém o poder econômico.
Nesse sentido, o encontro de ontem possibilitou um debate sobre a obra de Adam Smith, “A Riqueza das Nações”, de 1776. Tal obra nos coloca diante de duas questões de extrema importância, mais ainda se contextualizarmos com os dias de hoje. Vejamos: existiria, mesmo, uma ordem natural, de forma a harmonizar os interesses de todos? Outra questão: qual o fundamento de defender a não intervenção do Estado na economia?
É certo que questões como estas chamam a atenção para uma discussão que termina num pensamento crítico sobre os modelos atuais de funcionamento da sociedade. Principalmente em relação ao Estado, quem detém o poder sobre todas as relações que vivemos em sociedade.
Quando o governo fala: não pense em crise, trabalhe! Ele está desejando que a nossa ignorância continue enchendo o bolso daqueles que já possuem fortunas, corrompem o sistema político e provocam a catástrofe social que vivemos hoje. Assim, não há como negar que a concentração de imensa parte do capital nas mãos de poucos é dinheiro parado, sem a menor cirulação! E dinheiro parado é desigualdade, desemprego, exclusão, aumento da criminalidade etc…
Durante esta mesma aula, busquei um debate contribuindo com algumas passagens de “O Capital”, do grande pensador Karl Marx. Foi o que faltava para que as discussões ganhassem uma maior projeção na realidade e os pontos e contradições do sistema atual aparecessem com nitidez. Pois é essa discussão que o governo atual deseja quando fala em escolas “Sem partido”!
Conseguiram perceber a relação? Os partidos que desejam tal processo de distanciamento com a realidade, são os partidos que compõem a ordem hegemônica do capitalismo e todo o seu potencial instinto destrutivo. São partidos corruptos em sua essência, e cretinos na sua aparência, nada fazem pelo real combate a um sistema fortemente desigual.
São esses partidos que defendem os interesse daqueles que estão na parte superior. Smith diria que “A Riqueza das Nações” estaria amparada no atendimento aos interesses dos grandes proprietário e comerciantes. Então, aplica - se este pensamento nos dias de hoje; ou seja, o sistema exploratório domina como sempre o fez!
Então, o que mudou desde àquela época até os dias de hoje?
Não importa! Segundo o governo dos corruptos que golpeou um também antecedente governo corrupto, devemos estudar para trabalhar e não para mudar o que está errado. Por que o que está errado para a imensa maioria está certinho para aquele minoria de sempre!

Por fim, essa discussão toda sobre o Estado Liberal levou a uma reflexão toda minha, particular, portanto: será que continuaremos com uma das maiores cargas tributárias do mundo, mesmo quando o Estado se ausentar ao máximo com a privatizações e outras posturas desses ( Des ) governos que virão?