terça-feira, 5 de outubro de 2021

O crime dos patriotas.

            O crime dos patriotas.  

Não é de hoje que as elites brasileiras enchem os bolsos de dinheiro às custas do braço popular! Mais ainda, não é de hoje que a burguesia mantém laços estreitos com políticos corruptos em busca da expansão dos seus negócios de altíssima lucratividade. Por fim, não é novidade que canalhas que se dizem patriotas retiram dinheiro do Brasil para burlar fiscalizações, sonegar impostos e lavar dinheiro.  

A mão de obra barata sempre foi abundante no Brasil, desde a época em que os portugueses invadiram essas terras. Basta passar os olhos em vastos estudos históricos para perceber a representação dada pelas comunidades indígenas ao longo da colonização, por exemplo. Em troca de bugigangas, ofereciam a sua mão - de - obra como último recurso de sobrevivência, na medida em que, naquela época (Século XVI) já se assassinavam nativos por aqui. 

Se pararmos de bater boca por besteiras e nos atermos aos fatos históricos, perceberemos que os colonizadores sempre plantaram desigualdades enquanto mantinham monopólios comerciais que dividiam a sociedade em classes e dizimavam povos para fazer prevalecer os seus interesses. Neste contexto, fica claro que a elite branca trazida de Portugal não veio pra cá fazer turismo! 

Atualmente, a situação (Tiradas as proporções!) não é muito diferente.  

A elite branca e repugnante que controla o país usa de todas as ferramentas para explorar os trabalhadores, prejudicar direitos sociais e, ainda por cima, justificar suas decisões baseando sua argumentação na tal “ameaça comunista” de sempre. Criou-se uma cultura de que o emprego é um favor prestado pelo empregador. Isso justifica-se na medida em que milhares de pessoas estão desempregadas nessa colônia. Aqui, um imenso número de pessoas morre de fome, vive na miséria e, em pleno século XXI, faz fila para lutar por restos de comida e ossos. 

Enquanto isso, andando de mãos dadas com grandes empresários sonegadores de impostos e criminosos da pior espécie (Vide o caso da Prevent Senior que vendia planos de saúde, mas adorava lucrar com a morte.) estão políticos canalhas e bandidos da pior espécie que não tem a menor vergonha de se autodenominar patriotas. Hoje, os patriotas são aqueles que gritam contra o socialismo, mas sonegam impostos e lavam dinheiro, enriquecendo e defendendo o capitalismo com unhas e dentes; pregam contra o comunismo justamente porque os comunistas denunciam os seus crimes contra o país e contra o seu povo. 

Nos dias de hoje, os mesmos partidos e políticos que votam com o governo dentro das instituições representativas, que destrói direitos trabalhistas e sociais com o ridículo argumento dos altos gastos são os que ocultam rachadinhas; compram votos para se manterem na elite política; retiram dinheiro do país para driblar o fisco; tentam superfaturar na compra de vacinas enquanto milhares de famílias são destroçadas por suas perdas em virtude dessa pandemia. São pessoas desumanas que pouco se importam com a população. Tudo isso em busca de cada vez mais riqueza e poder; em busca da desigualdade que publicamente omitem, mas são os maiores protagonistas de toda essa conjuntura de desigualdade, pobreza, corrupção e morte. 

Paulo Guedes e o tal do veio da Havan são duas faces de uma mesma moeda: gângsters que idolatram o capitalismo; idiotas moralistas que se dizem patriotas; cretinos que exploram e saqueiam os trabalhadores enquanto tiram dinheiro do país para omitirem seus crimes. Por fim, nunca a ameaça comunista enriqueceu tanto os patriotas “chinelos”. Nunca a luta contra o socialismo deixou tantos criminosos com tanto dinheiro que necessitam de paraísos fiscais para comprovar o quanto são “homens bons”. 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Os 21 de Melo X trabalhadores

    Não visito periferia apenas para pegar votos e ir embora! Jamais defenderei o trabalhador votando a favor da sua ruína! Enfim, não desfilo falsidade, falta de caráter e hipocrisia por onde eu ando! Mas essa gente sim: o mundo da fantasia burguesa vendendo o gato por lebre! 

    Está aí a base liberal do cretino prefeito de Porto Alegre! 

   






















   A base atolada em falcatruas que apoia mafiosos, vendem a mentira; mas que bancam os moralistas! Me esforcei pra colocar a foto pro eleitorado reconhecer aquilo que se fala e aquilo que se faz! Não votem nessa gente, povo! Votaram pelo fim da profissão de cobradores; na surdina, na pandemia! Optaram pelo desemprego em massa, sem o menos ressentimento! São oportunistas! Detalhe: alguns vereadores são tão medíocres e covardes que colocaram a cara dos suplentes pra tomar tapa! A base do Melo é a cara do seu governo: imundo, repugnante!

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Pátria, família e liberdade?

          
         Pátria, família e liberdade?

Marcelo tomava café com o seu pai em uma confeitaria no centro histórico da cidade de Porto Alegre. Era um lugar boêmio, onde estudantes costumavam se encontrar para fazer trabalhos escolares, acadêmicos e para discutir sobre assuntos diversos. Entre eles: política.

Ao solicitar o adoçante ao atendente do estabelecimento, o pai advertiu o jovem:

_ Mas meu filho, tu não podes dar assunto pra esse tipo de gente! São pessoas que querem a baderna generalizada, uma vida desregrada. Pense bem, tudo o que desejam é uma sociedade onde os bandidos estejam por aí, a amedrontar o cidadão de bem!

Com toda calma, Marcelo lambe os beiços e, com a ponta língua, retira meia dúzia de farelos de pão que se encrustavam em seu longo bigode:

_ Mas o que o senhor, meu pai, entende como cidadão de bem? Os ricos empresários que sonegam vultuosos impostos mas viram heróis por pagar um salário miserável aos seus empregados para manter sua riqueza a custo de oferecer um emprego como se fosse favor?

O pai tentou interromper, mas o jovem largou delicadamente a xícara que conduzira à boca na rústica mesa e continuou com sua voz fina, porém, demais afinada:

_ Ou seria, meu bom pai, o cidadão de bem aquele que destrói a educação do seu povo o alçando aos profundos mares da ignorância enquanto compactua com defesas bélicas como se a pólvora fosse mais forte que todo e qualquer governo de todos e suas instituições democraticamente eleitas por nós? Pois, não há nesse mundo força que vai calar a gana democrática daqueles que perderam milhares de entes queridos, amigos e familiares nas tiranias anteriores, meu pai!

Suando frio, o senhor de aparência elegante saiu de si:

_ Meça as suas palavras pra falar comigo, afinal de contas, você me deve a sua vida e sou o seu pai. Não é defendendo esses corruptos e canalhas que você, meu filho vai se destacar na vida! Siga exemplos de homens fortes, que defendem a pátria, a família, a liberdade; bens irrenunciáveis que jamais poderemos deixar de lado! Você precisa evoluir meu filho, nem tudo o que a modernidade apresenta quer dizer um passo à frente!

Com suavidade na voz e com um gesto de muito carinho, Maurício olhou para o seu pai com um semblante apaziguador, colocou a mão sobre o seu terno, na altura do ombro direito e disse:

_ Meu pai, hoje, a família tradicional atira seus filhos pela janela de altos prédios para se livrarem como se os filhos fossem um encosto; a família tradicional acorberta atos criminosos dos seus filhos por puro capricho e, pasmem meu pai, manda assassinar o companheiro sem a menor piedade por interesses cretinos!

E segue:

_ Pátria, meu pai? Estão entregando todos as nossas riquezas para potências estrangeiras como os portugueses assassinos fizeram durante a nossa colonização! Isso não é ser patriota; mas, idiota! Quanto à liberdade, ninguém consegue tal intuito no meio de mentiras, onde milhares de pessoas são pagas para disseminar inverdades, denegrir a imagem e a honra de pessoas de bem e atentar contra as nossas instituições. Pois, meu pai, existe algo muito errado nisso tudo. Parece que existe um mundo paralelo e que jamais navegaremos pelo mesmo oceano!

Já em posição de retirada, o pai do jovem, levantando-se vagarosamente, abraça o filho com um olhar de indignação:

_ Pois saiba que eu continuarei acreditando no Brasil! Continuarei acreditando nos princípios políticos que combatem a corrupção dentro dos governos; continuarei ao lado dos patriotas e dos cidadãos de bem!

Com um aperto no abraço, Maurício fala bem baixinho ao ouvido do pai:

_ Seguiremos, então, caminhos distintos, meu grande pai; o senhor, em direção ao centrão; eu, sempre, à esquerda!

E partiram, um pra cada lado.

 

terça-feira, 6 de abril de 2021

Os cabelos de João e o racismo midiático.

 

Os cabelos de João e o racismo midiático.

Não é de hoje que atos de preconceito e atitudes racistas têm aparecido com mais frequência em nossa sociedade. Com cada vez mais força, as piadas que exalam discriminação vem ganhando força em nosso meio. A fala de ontem de João, integrante do reality BBB21, deixou muito claro que muitas pessoas sofrem por serem vítimas do preconceito, seja ele através de atitudes, seja através de piadas.

Quando eu era pequeno, ouvia piadas bem populares que ofendiam as pessoas negras, bem como negligenciavam a sua própria existência. É novidade pra você?

“Você está andando pela rua e, na esquina, têm um negro dentro de um Fusca bebendo uma Kaiser. O que você vê?”

Chega a ser repugnante o final dessa piada besta e extremamente racista. No entanto, para os apologistas e defensores do “eu não tive a intenção” parece algo dentro da normalidade, onde tudo não passa de uma brincadeira e “todos” se divertem.

Pois que os cabelos de João trouxeram de forma aberta e escancarada uma das maneiras pelas quais o preconceito resiste com êxito em nossa sociedade. Ora, qualquer cabeça poderia ser vitimada com uma piada e qualquer cabelo poderia ser zoado em uma brincadeira ou momento de diversão.

Então fica a pergunta: por que os cabelos de João?

Respondo! Pelo mesmo motivo que muitos preconceituosos e racistas gostam de dizer por aí, sem o menor ressentimento: “coisa de negrão”!

Neste contexto, fica comprovada a naturalização de piadas e uso generalizado de ditos racistas que colocam a condição dos cidadãos negros como inferiores. Não bastasse isso, quando ocorre uma reação, como foi o caso de ontem, por meio de lágrimas e palavras de repúdio, muitas pessoas restam por criticar a vítima com o argumento de que ela esteja fazendo “mimimi” ou esteja exagerando em suas atitudes.

O retrocesso de nossa sociedade é tão deplorável que um negro sofre preconceito ao vivo e a cores e os arautos da moralidade o crucificam por sua reação. As pessoas são tão coniventes com atitudes de piadas preconceituosas e racistas que são incapazes de se colocarem no lugar de quem sofre o preconceito, mas julgam as suas lágrimas e sua reação frente à tamanha ofensa à sua existência.

Enfim, o “eu não tive a intenção” coloca cada tijolo na construção dessa muralha que é o racismo no Brasil. Os que contam as piadas que se propagam ao longo do tempo como naturais negando a igualdade aos cidadãos negros do mundo, ofendendo – lhes a honra e assassinando as suas existências acabam por alimentar essa poderosa discriminação racial e a toda a formação de desigualdade social que vivemos hoje.

 

segunda-feira, 15 de março de 2021

O Brasil em lágrimas!

O Brasil em lágrimas!

Enquanto escrevo este texto, no isolamento completo do meu gabinete, uma pessoa deve estar perdendo a vida vítima da COVID-19 no Brasil e no mundo. Então vou tentando esquecer esta fase tão triste da nossa história. Quando estou a me esforçar para traçar o pensamento rumo a outro horizonte, escuto um barulho que vem da esquina; quanto mais se aproxima de mim, mais aquele barulho se torna ensurdecedor.

No dia de hoje, o estado do Rio Grande do Sul ultrapassou a triste marca de 15 mil óbitos por COVID-19. A quem interessar possa: são os nossos amigos, os nossos familiares; enfim, nossos entes queridos. O barulho que escutei à pouco começa a ficar mais claro, já que não era tão comum como nos dias de hoje. Acreditem, ambulâncias transitam em altíssima velocidade pela cidade com as sirenes ligadas no volume máximo, na esperança de conseguir conduzir o paciente ainda com vida ao hospital.

Estranhamente, tudo parece um filme! A vida e morte nas telas: ao vivo e a cores.

Com muito pesar e revolta, leio a informação de que, no Brasil, já são mais de 279 mil mortes em virtude dessa pandemia. Repito: são os nossos amigos, os nossos familiares; enfim, nossos entes queridos. Ou seja, um povo que sucumbe frente a um sistema projetado para sucatear a vida.

Exemplificando, não foi por acaso que o presidente tupiniquim fazia cara feia em entrevistas à imprensa no momento em que o Brasil, tardiamente, começou a se empenhar nas questões relacionadas à vacinação. Era visível o desencanto de um homem que tinha a consciência de que não havia outro caminho, mas que, por interesses obscuros, optou por fazer piadas desde o início dessa pandemia, desmerecendo os falecidos do seu povo e zombando da perda e do sofrimento de milhares de famílias brasileiras.

Por outro lado, se o governo central tivesse levado a sério o momento nebuloso que se aproximava e conduzisse as ações da mesma forma que alguns governadores e prefeitos desde o início, com prudência e prevenção, talvez hoje não estivéssemos em colapso no nosso sistema de saúde, com hospitais e UTI’s carecendo de leitos em virtude do grande número de infectados.

Muitos dirão que o presidente não tem culpa ou que a culpa é dos governos anteriores (Lula, principalmente!), o que não se comprova na prática. No dia de ontem, a médica Ludhmilla Hajjar negou-se a trabalhar ao lado do presidente no Ministério da Saúde. Conseqüentemente, foi ameaçada e perseguida pela mesma trupe que defende o uso de armas e munições como a salvação da pátria, fazem fortes apologias à intervenção militar e são, comprovadamente, protagonistas de diversos atos antidemocráticos contra os órgãos instituídos pelo Estado Democrático de Direito.

Em síntese, a imagem que anexo a este texto mostra bem a intenção do presidente. Ainda precisamos de um estudo mais aprofundado para descobrir com quantas mortes se reelege o pior e mais negligente presidente da história deste país. Enquanto isso, o povo chora incansavelmente a perda dos seus.

Certa feita, escrevi aqui nesse blog:

”Dilma, chega de brincar com o povo brasileiro!”

Agora, de outra forma, em outro contexto:

“Bolsonaro, deixe de ser o protagonista do genocídio do povo brasileiro!”

sábado, 20 de fevereiro de 2021

Saudades da várzea e daquele futebol pegado!

 
Saudades da várzea e daquele futebol pegado!

O futebol de várzea é um ramo desse esporte que encanta comunidades, acirra disputas e, também, projeta muitas amizades. Não há como esquecer aquela chuteira sem trava e toda a poeira que vai parar na cara do adversário em qualquer disputa. Mas nem tudo são flores no esporte amador. Qualquer cruzamento para a área pode levar os concorrentes a uma lesão mais forte. Pois este texto tratará de uma saudosa lembrança de um fato ocorrido comigo dentro das quatro linhas.

Há alguns anos, eu atuava como lateral esquerdo em um time amador chamado Fecha Copa. Jogávamos amistosos todos os finais de semana em tradicionais campos de várzea, entre outros, como o localizado na praça Tamandaré, bairro Petrópolis; ou no Araribóia, cercanias do bairro Jardim Botânico, ambos na cidade de Porto Alegre. Não era apenas isso, algumas vezes disputávamos o campeonato muito popular que acontecia todos os anos na praça Tamandaré, no qual participavam diversas equipes que também realizavam amistosos naquele campo, apesar de se constituírem em outros bairros da cidade.

Sempre que me pego a lembrar dessa época, me passa um filme na cabeça. Desde a chegada na praça, onde muitos ocupantes do lugar tomavam a sua cerveja e assavam o seu churrasco enquanto a bola não rolava, até o final da tarde, quando o sol partia. Famílias inteiras, muitas vezes, com suas crianças e seus peludinhos de estimação. Não importava o horário, ás vezes às 11 horas da manhã; outras, as 15 horas, com o sol rachando.

E muitas pessoas ainda tem a coragem de dizer que futebol amador é para os fracos!

Certa feita, em um dos campeonatos que estávamos concorrendo, uma disputa no alto em um lance de área me levou ao Pronto Socorro. Ainda lembro como se fosse hoje: o adversário foi cobrar um escanteio. A cobrança não apenas levantou a areia do corner mas provocou uma agitação forte entre atacantes e marcadores dentro da área.

Neste contexto, a bola ganha grande altura, eu corro em direção a ela e salto para tentar efetuar um cabeceio e, conseqüentemente, afastar o perigo. Jamais esquecerei a poeira levantando em cada corre e trava para marcar e ser desmarcado. Os gritos vindos da beira do campo, através dos atletas reservas e técnicos, ainda estão intactos aqui nos meus ouvidos: “Pega, Guinei, o 8! Pega o 8, po...”!

Voltando ao lance, quem me conhece sabe que não porte para disputar bolas alçadas na área, mas algumas vezes eu precisava ajudar a defesa. Foi aí que consegui me antecipar e quando fui tirar a bola com a cabeça o atacante adversário me deslocou com as costas e me arremessou para cima. Foi uma cama de gato tão forte que meu corpo ganhou altura o suficiente para despencar naquele solo quente e arenoso e deslocar o braço do seu lugar natural.

Foi uma jogada isolada, mas a verdade é que não tive sucesso ao tentar colocar o braço no lugar por conta própria, como já o tinha feito algumas vezes com êxito. Assim, permaneci algum tempo com fortes dores segurando o braço esquerdo, que estava deslocado, com direito. Após um tempo, uma amiga me levou ao Hospital de Pronto Socorro, onde o médico me deu duas informações rápidas enquanto colocava o braço de volta no seu devido lugar.

Enfim, apesar desse fato, que me causou bastante dor, ainda tenho muita saudade daquele futebol disputado que jogávamos na várzea. Às vezes havia desavenças dentro do campo que era resolvida fora dele, com pessoas que valorizavam as amizades, as parcerias e esse grande ritual chamado futebol de várzea. O tempo passou, o jamais tive problemas com o meu braço, mas ficou a saudade dos gritos, das disputas e das corridas em meio a chuteiras sem trava e de areia pra todo o lado!

Saudades da várzea e daquele futebol pegado!