No último final de semana , milhares de estudantes de todo o país realizaram a prova do Enem . Esta prova , como bem sabemos , tem sido usada como forma parcial , ou integral , de acessa a algumas universidades . Nesse sentido , justifica – se o grande número de estudantes envolvidos nesta disputa .
Atualmente , muitas discussões envolvendo o crescimento do Enem e o final dos vestibulares tem ocorrido na mídia e no próprio meio acadêmico . A preocupação central seria o acesso universal à universidade . Afinal de contas , qual o jovem não gostaria de ser um universitário ? Quem nunca sonhou em ser um Sociólogo , um Jornalista ou um Dentista ?
Pois o todo generoso “Estado” , por meio do MEC , criou o Exame Nacional do Ensino Médio – o Enem . Esta prova está carregada de tamanha centralidade que atua como se a educação , no Brasil , fosse a mesma do Rio Grande do Sul à Pernambuco !
Por trás do discurso oficial de que “todos tem direito à universidade” está uma forte sina de tornar o país culturalmente unificado ; abstraindo , dessa forma , os aspectos sociais e as culturas locais . Neste sentido , o Estado age na raiz da questão : a educação .
Ora , falar em educação não significa falar apenas em ensino médio ou ensino superior ; significa falar , também , em ensino básico . Parece claro que o aluno que não possui uma boa base encontrará dificuldades para ser aprovado em um exame de vestibular ou , até mesmo , no Enem . Portanto , valorizar o Enem e querer o fim do vestibular é tão utópico quanto pensar que a educação no país vai de bem a melhor !
Outra questão : o Enem jamais garantiu acesso universal à universidade ! O programa é cercado de critérios e de exigências . Neste sentido , o conhecimento é o de menos – um coadjuvante . Por exemplo , um aluno pode alcançar uma ótima nota , mas se não obedecer aos critérios do programa : está fora ! E no vestibular ,que muitos “intelectuais” desejam o fim , como funciona ? Não importa quem tu és e de onde véns : pontuou o suficiente , está dentro ! Portanto , o vestibular continua sendo o exame onde só o conhecimento aprova , o resto é Enem .
Entretanto , argumenta – se que o vestibular trata os concorrentes de forma desigual . O discurso é o seguinte : universidade para os ricos e o resto para os pobres . Carregado de exibicionismo ? Com certeza , mas não é pelo fim que se começa uma grande mudança na educação brasileira . Com uma base frágil , a universidade será mais um grande obstáculo e , para muitos , um sonho deixado no meio do caminho .
Em síntese , não é o Enem , com toda a sua generosidade “estatal” e nem o vestibular que definirão os melhores , mas sim a relação aluno / educação . Se esta última estiver fraca , com certeza aquele primeiro também estará .
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