sábado, 9 de março de 2013

Louco por elas...



Ademar, literalmente, era louco por elas. Sim, por elas todas: as mulheres! Colecionava trinta e seis anos de uma vida repleta de muitas alegrias, momentos incríveis e muita diversão. Era um homem romântico que não se amedrontava em fazer o possível para conquistar a mulher do momento. E todo o momento havia uma!
Certa feita, a situação o colocou em um dos momentos mais bizarros de sua vida. Imagine, amigo leitor, uma festa à fantasia. O local era desprovido de cobertura e muito grande. Assim como a quantidade de convidados. Naquele dia, chovia bastante e a mistura da água que caía com a manguaça dos convidados não daria certo.
Pois o relógio já marcara três horas da madrugada e a música era como a chuva e o consumo de bebidas: não parava nunca! Neste contexto, podemos prever o estado da fantasia de padre que Ademar vestia, naquela festa. Tudo estava molhado, com barro por todo o lado e possas se formando no centro da pista de dança. Mas a diversão seguia o seu fluxo normal.
O “Padre” Ademar estava feliz, rodeado de mulheres bonitas; algumas, nem tanto, mas o homem não se importava. Na passada do garçom, solicitou mais uma latinha de cerveja. O homem de branco o fitou com seriedade e baixou a bandeja; então, Ademar esticou o braço direito e agarrou a última latinha que lá se encontrava.
Mas o momento estava por vir: ao virar – se para o lado, Ademar chocou – se com uma bonita moça loira de seios empinados que vestia uma apertada e molhada roupa de freira. Lembrem que estamos falando de uma festa à fantasia, amigos. Ademar era um padre e a moça era uma freira. Sim, uma moça bonita que acabara de levar uma trombada de um homem que se esticara todo para pegar uma latinha e cerveja.
Talvez uma colisão nunca seja um bom momento para conhecer uma pessoa, principalmente uma mulher de tamanhas proporções corporais. No entanto, Ademar teve muita cautela para administrar a situação. E naquele momento, acabou conhecendo a mulher que se tornaria sua ficante pelos próximos quinze minutos.
Interessante nesta história toda é perceber a quantidade de informações que podem ser obtidas durante tão pouco tempo, quinze minutos, neste caso. Ademar estava fantasiado de padre e descobriu que a moça fantasiada de freira chamava – se Júlia. Também, descobriu que a moça não estava apenas fantasiada de freira: descobriu que a Júlia era uma freira.
Então o leitor deve se perguntar: o Ademar acabou ficando com uma freira? Exatamente!
Disse no início do texto que o Ademar era louco por elas. Lembram? Não importa se a mulher está fantasiada de freira ou se ela é uma freira: Ademar faz de tudo para lhe conquistar, mesmo que por pouco tempo.
Relatos dão conta de que, nesta festa, Ademar conheceu uma bombeira, uma empregada doméstica, uma veterinária e uma policial. Esta última, não lhe deu muita chance, mas seu golpe foi certeiro. Tão certeiro que policial acabara deixando o padre na porta de sua casa. Quem sabe, deitado sobre a cama.
Enfim, a sorte de Ademar foi ter acordado sozinho com a certeza de que a moça que estava fantasiada de policial, não era uma policial. Quanto á freira, ainda estava tudo nebuloso. A certeza de que a freira era, realmente, uma freira o perturbava. Preparou um forte café, que o ajudou a buscar uma lucidez maior. Quando conseguiu, apesar de passar momentos bizarros teve cada vez mais a certeza de que era louco por elas. Sim, por elas todas: as mulheres!

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