Confesso
que tenho caído na cama e não tenho conseguido dormir. E quando foi possível
apagar, por um breve instante que seja, tive sonos ruins e carregados de
realidades que meu corpo pode, infelizmente, presenciar. Refiro – me a uma
realidade que o brasileiro tem sofrido na carne e na alma: a repressão!
O
Estado chega a um ápice de medo suficiente para que os debates sejam em vão e
todas as esferas governamentais se curvem à uma instituição: a polícia! Ou
seja, a polícia se encarrega de fazer tudo o que o Estado deveria fazer. Por
exemplo: o Estado não acaba com a miséria nas grandes cidades. E o que ele faz?
Chama a polícia, cria uma ação que inexiste e executa os pobres e miseráveis,
muitos rotulados por “autoridades” como traficantes. Ou seja, legitima – se o
ataque, de alguma maneira!
Outro
exemplo: o Estado não tem competência para contribuir com o fim das
manifestações pelo país. Não quer atender às demandas das ruas, e o que fazem?
Descem o cacete nos manifestantes com o propósito de dispersar o povo, calando –
os de forma autoritária e altamente repressora!
Recentemente,
uma manifestação no RJ mostrou o alto potencial de poder que as polícias
concentram, no Brasil. Um policial disfarçado ( Vulgo P2 ) infiltrou – se entre
os manifestantes e jogou artefatos explosivos que acabaram por culminar com a
reação da própria polícia contra a multidão de pessoas que manifestavam
pacificamente. Neste episódio, podemos alcançar uma tática ainda maior por
parte dos detentores das armas: eles mesmos, policiais, provocam o vandalismo
para justificar a repressão! Ou seja, o Estado encontra na violência uma saída
que não encontra para vencer a sua própria incompetência!
E
um dos casos que mais representa este verdadeiro estado repressor / militar
aconteceu em um jogo de futebol entre o Grêmio e o time do Fluminense, ocorrido
na Arena do Grêmio, em Porto Alegre. Neste caso, fica bastante clara a
submissão das autoridades, e suas instituições “democráticas”, em relação à
polícia! Em outras palavras, a polícia cria o evento ( A expulsão de um
torcedor, que estava de muletas e sem envolvimento em qualquer ato que
prejudicasse o andamento do evento, mais popular que a própria polícia)
estimulando a reação do demais torcedores e o conflito! Lembram o que falei
sobre as manifestações, P2 e tal? Pois é, nada se cria por acaso!
Enfim,
tenho a convicção de que interessa a alguém que a voz do povo seja silenciada,
no caso das manifestações! Tenho a plena convicção de que a BM criou este
conflito a mando de alguém que deseja ter um clássico sem a torcida rival! Assim
sendo, covardemente, a polícia agride, escorraça e faz o quer com tudo e com
todos! E os gremistas que gritavam para a BM “Filhos da puta! Filhos da puta! Filhos
da puta!” jamais serão ouvidos palas autoridades! E muitos colorados que
desejavam presenciar o clássico e conhecer, também, o novo estádio do rival não
poderão mais! Sabem por quê?
Porque
estamos vivendo em uma ditadura! Não apenas pela repressão nas ruas ou nos
estádios: vivemos numa atualidade onde o poder das armas impera! A polícia
manda e o Ministério Público ou qualquer instituição pública de Justiça obedece!
Querem que eu prove?
A
BM manda um clássico ser realizada com torcida única! Ora, mas por quê? Que eu saiba,
praticamente, Grêmio e Fluminense realizaram uma partida com torcida única! E o
que os homens fardados fizeram? Tiraram a pau um cidadão de muletas que estava curtindo
o evento sem incomodar ninguém! Ora, a culpa é da Geral do Grêmio? Quando a
torcida tem culpa por brigas e tumultos, logo é vaiada pelo resto do estádio!
Então, quem foi chamado de “Filho da puta!”, na última partida? Pois bem, são
estes mesmos que em tudo e em todos mandam neste governo de armas que estamos
presenciando na nossa atualidade!
Lamentavelmente,
a repressão crava uma estaca no coração daqueles que um dia protagonizaram os
mais bonitos atos do futebol gaúcho: torcedores gremistas e colorados!
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