sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

A crueldade do sistema prisional brasileiro!


O “museu de grandes novidades” do sistema prisional brasileiro tem, cada vez mais, aparecido no cenário internacional. Ora, para que qualquer problema alcance tal nível de repercussão, é necessário que a situação esteja, realmente, insustentável. Pois esta é a mais pura verdade sobre o sistema prisional brasileiro: insustentável. Neste contexto, não há como abordar esta questão sem, pelo menos, citar três fatores que influenciam no funcionamento direto do sistema prisional.
O primeiro deles é aquele em que diz respeito aos atores envolvidos nas estruturas de funcionamento do sistema, bem como as suas diferentes formas de interação social dentro e fora das cadeias, no Brasil. Neste sentido, a edição Nº 95 da revista VOTO (Pág. 38/41) traz uma reportagem intitulada “O Estado brasileiro à beira do colapso”; onde aborda, justamente, o fato de detentos de alta periculosidade orientarem atividades criminosas de dentro das instituições penais.
Por outro lado, não apenas contribuem para o problema as relações entre os criminosos que estão dentro e fora dos presídios. Há que se destacar, também, a relação do Estado (Por meio de seus órgãos e agentes) para com os detentos. Assim sendo, não raro aparecem relatos de tortura ou negligência em relação a quem está “sonhando” com uma ressocialização dentro de lugares tão desumanos como os presídios.
Um outro fator que também contribui muito para o colapso do sistema prisional é verdadeira falta de importância que o Estado refere ao problema. Ou seja, não há a menor pretensão em investir em presídios ou na possibilidade de tentar reintroduzir os apenados ao convívio social. Não há distinção entre os criminosos de maior e de menor periculosidade; ou seja, para o “Leviatã”, são todos farinha do mesmo saco.
Outro exemplo, a completa negligência do Estado com relação à Lei N. 7.210, DE 11 DE JULHO DE 1984; a saber, a Lei de Execução Penal. Seria ela a esperança de dias melhores para a sociedade? Em parte, sim. Talvez a ineficiência desta lei (Em virtude de um Estado tão negligente e desinteressado em cumprir tal lei) contribua muito para que o sistema prisional brasileiro seja destaque no cenário internacional!
Por fim um terceiro e último fator determinante está amparado em uma crise estatal que apenas se reflete no sistema de segurança pública como um todo. A corrupção parece estar impregnada nas veias do Estado brasileiro. Ou seja, muitas vezes há uma estreita relação entre policiais e criminosos. Dessa maneira, ocorre uma prática corruptiva em que policiais (Com remuneração que beira à miséria, se comparado com a periculosidade de suas funções) acabam se vendendo aos criminosos para obterem mais valorização.
Em síntese, com tamanha crise e incompetência do poder público em garantir uma tranqüilidade social, parece interessante propor uma solução com influência de setores privados da sociedade. Em Belo Horizonte, parece que as coisas já se dirigem por estes caminhos. Pois que, aguardemos as cenas dos próximos capítulos!

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