Confesso que escrevo este texto com um
pouco de receio. Não pelo título em si, mas o que ele pode significar a muitas
pessoas. Muitas das quais resolvem fazer referências à torcida e sua forma de
atuação apenas quando algo de ruim acontece. Neste sentido, tudo de bom fica
pelo caminho, uma linda história se perde. Bandeiras, trapos, canções de
incentivo, melhor acabar com tudo isso! Seria mesmo?
O recente incidente ocorrido na Arena,
levou a público um problema como o da boate Kiss. Agora, tudo é medo, tudo é
extinção. Verdadeiro discurso aos que são carentes de boas alternativas aos
maiores problemas! Pois que, esta é a palavra: extinção!
A negligência do poder público
contribuiu de forma significativa para o desastre em Santa Maria, não fosse
isso, o estabelecimento era para estar fechado! E na Arena, o que aconteceu? Por
que os fiscais não recomendaram mais ferros antiavalanche também nas partes
mais baixas das arquibancadas da Arena? Por que não pediram para colocarem uma
mureta alta como a do estádio Olímpico? Se estes procedimentos não fossem
rigidamente obedecidos, que realizassem o jogo no antigo estádio! Neste caso,
nenhum acidente teria acontecido!
E fica a questão: Por que o MP, tão
dono da verdade, depois de grandes tragédias, pensa apenas em investigar,
ordenar interdições, ao invés de contribuir nas fiscalizações? Não teria, este
órgão público, poder suficiente para impedir o funcionamento da Arena, em caso
de irregularidades?
Ora, já estamos acostumados com idéia de
que o poder público não tem efetividade nenhuma, a não ser mandar e desmandar. A
incompetência tende a trazer definições que beiram ao autoritarismo. Dessa
forma, ignorando toda a importância que Geral e a Avalanche tem para o Grêmio,
ele aconselha a extinção: da torcida Geral do Grêmio; da sua tradicional
comemoração, a Avalanche e, num futuro bem próximo, os cantos que embalam o
time em busca da vitória.
Na noite de ontem, umas das escolas de
samba do grupo especial de Porto Alegre trouxe a história das moradas do nosso
tricolor gaúcho. Um grande espetáculo cultural, como o carnaval, jamais poderia
deixar de fora uma tradição tão importante do nosso futebol: a Avalanche! E lá
estava ela, em um carro alegórico puxado por uma estrela que brilhará pra sempre
em céus gremistas: o incrível Tarciso Flecha Negra.
Na realidade, ainda não consegui
decifrar as siglas deste jogo. Agora, o próprio presidente Koff vem a público
dizer que a colocação de cadeiras é uma necessidade, para a segurança do
público. Pois então, digo – lhes o que pode ser produtivo para a segurança de
qualquer pessoa na nossa sociedade atual:
Assista aos jogos de futebol em casa,
pela televisão, pois a cidade não oferece segurança e você pode ser assaltado
ou pode ser privado de sua vida em qualquer esquina!
Junte bastante dinheiro e compre
inúmeros remédios que possam lhe salvar em um momento grave, pois o sistema de
saúde deve demorar a chegar em sua casa, se chegar! Apenas dois exemplos...
Enfim, o presidente Koff é um cara
inteligente. Ontem fez uma grande contratação, e tenho plena convicção de que
quer construir um time campeão. Mas não é apenas isso! Não existe time sem
torcida e não existe torcida sem as suas formas tradicionais de cantos, gestos,
bandeiras, trapos e comemorações.
Fica o meu relato de apoio a uma
torcida que não merece ser vista apenas por ângulos ruins. Pois ela balança o
Grêmio em momentos de turbulência! Ela canta e apóia o tempo inteiro! Ela faz,
sim, Avalanche, que é a sua principal comemoração! Agora, lembrei de uma
passagem de Paulo Sant’Ana: “Que torcida maravilhosa esta Geral do Grêmio”! Por
isso, ela tem de estar onde é o seu lugar: atrás do gol! Com mais segurança,
com toda a certeza, mas também com suas características comemorativas de
cantos, bandeiras e trapos! Com seus tambores e incentivos! Todos sabem que,
com segurança, tudo pode funcionar! O que jamais podemos aceitar é que algo tão
lindo e entusiasmante possa acabar!
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