Saudações
guineanas gente! Tudo na santa paz?
Tudo tranquilo?
Escrever qualquer
coisa sobre a conjuntura política brasileira seria uma loteria onde não
houvesse um vencedor. Na medida em que todos perdem com um sistema tão sujo e
ultrapassado, como sempre, fica a população à mercê dos homens oportunistas,
corruptos, de terno e poder, de crimes e artimanhas para escapar de condenações
etc...
Na verdade, amigo
leitor, o que me traz a esse teclado, nesta noite de quarta – feira, é um
profundo desejo de escrever sobre a minha total desaprovação à conduta
completamente desumana de uma pediatra, aqui, na nossa amada Porto Alegre. Percebam,
caros amigos, que o fundamentalismo político chegou a tal ponto que uma “profissional”
negou atendimento a uma criança pelo simples fato de sua mãe pertencer a um
partido político no qual a dita pediatra desaprovava por completo. Acreditem: a
criança poderia morrer se sua situação fosse mais grave!
Logo que tal
notícia se espalhou, os representantes das entidades médicas vieram a público
se solidarizar com a conduta ( Acreditem, pois é verdade![1]
) e também para criticar a postura da pediatra que negou tal atendimento.
Posiciono – me entre estes últimos, por alguns dos motivos que passo a colocar:
A) Entre os
direitos sociais garantidos por nossa carta maior[i][2]
em seu artigo 6 º estão a saúde, a proteção à maternidade e à infância. Logo,
como pode um código de ética estar acima da Constituição Federal? Segundo o
presidente do SIMERS ( Sindicato Médico do Rio Grande do Sul ) a pediatra
deveria se orgulhar do seu ato, que desrespeitou a carta constitucional em um
dos artigos mais importantes, colocando em risco a saúde de uma criança
indefesa e inocente;
B) O artigo 5 º
do Estatuto da Criança e do Adolescente ( ECA )[3]
determina que nenhuma criança será objeto de qualquer forma de negligência ou
discriminação, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão,
aos seus direitos fundamentais. Ora, a pediatra acobertada pelo presidente do
SIMERS violou completamente tal artigo, onde negou atendimento a uma criança
por questões de discriminação política e negligência.
C) Por último,
gostaria de reproduzir aqui a posição do presidente da Associação Médica do Rio
Grande do Sul ( AMRIGS )[4],
com a qual dedico inteira aprovação: “ O médico deve ser isento, não pode se
importar com cor, religiosidade, inclinação política”. Ou seja, a situação se
torna ainda mais grave quando se está tratando de uma criança. Assim, ainda
coloca o presidente da AMRIGS: “ Faltou respeito como o paciente”.
Finalizando, é
claro que existem muitas outras causas que me levam à reprovar a conduta de uma
pediatra que nega atendimento a uma criança por motivos políticos / ideológicos
de sua mãe. Neste breve texto, expus apenas algumas delas para que possamos
refletir sobre a questão da responsabiliade que envolve uma profissão tão nobre
como é o caso da medicina. Assim, o argumento de que a relação com o paciente
seria contraditória nada mais é do que um argumento sem sustentação na
realidade, uma vez que uma criança não possui discernimento para discutir sobre
questões políticas ou afins. Neste contexto, importante reafirmar que a conduta
da pediatra foi completamente desproporcional e desumana, uma vez que violou o
principal direito de um ser humano: a saúde!
[1] http://diariogaucho.clicrbs.com.br/rs/noticia/2016/03/ela-tem-que-se-orgulhar-disso-diz-presidente-do-simers-sobre-pediatra-que-negou-atendimento-a-filho-de-vereadora-5612654.html
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