quinta-feira, 26 de novembro de 2020

Floyd e Beto: Os espetáculos de uma sociedade doente.

 

Floyd e Beto: Os espetáculos de uma sociedade doente.

Dias atrás, um homem negro foi brutalmente assassinado a socos por três seguranças do mercado Carrefour, em Porto Alegre. É claro que as imagens do crime percorreram o mundo e chocaram pela brutalidade e instinto primitivo dos criminosos. As imagens falam por si, e não é meu objetivo impressionar ninguém, se é que isso é possível.

Neste contexto, milhares de pessoas prestaram suas homenagens à vítima não apenas no Brasil, mas em diversas partes do mundo! Manifestações ocorreram em diversas filiais do Carrefour, onde houve depredação e ação forte dos aparatos repressivos do estado burguês para fazer o que, historicamente, fazem: defender o patrimônio, e não a vida.

Dito isso, a discussão chegou ao tribunal medíocre chamado rede social, onde ignorantes viram doutores e a descrença em relação à luta alheia vira motivo de piada e, não raro, de negação de egocêntricos que em nada acreditam, a não ser o que está na ponta do seu próprio nariz.

De um lado, a questão racial, que jamais esteve longe de nossos olhos, volta a ser tema de debate, por tratar-se uma vítima negra; a exemplo do que ocorreu com George Floyd, homem negro, de 46 anos, que foi morto por asfixia, quando estava sob a custódia da polícia em Minneapolis, no estado de Minnesota. De outro lado, o negacionismo exacerbado daqueles que não acreditam em racismo, e acham que tudo é um jogo de interesses e intenções políticas.

Alguns amigos postaram, em suas redes sociais, histórias de negros que se deram bem na vida. Postagens de pessoas que conseguiram o sucesso, mesmo sendo negras. Inclusive, algumas dessas histórias sendo protagonizadas e relatadas por pessoas negras. É claro que as pessoas que negam o racismo farão de tudo pra defender sua posição. Quer um exemplo? Não foram poucos os que, incomodados com as manifestações contra o racismo, foram buscar os antecedentes da vítima do crime no Carrefour para justificar o episódio.

Repara, o negacionista não tem o discernimento de legitimar a luta alheia! Prefere ignorar fatos históricos e manifestações legítimas para satisfazer o seu ego fracassado e covarde que esconde um preconceito subjetivo que ele mesmo desconhece. É muito mais fácil fingir que tudo é político e que tudo é interesseiro.

Não é, caras, o racismo existe! E não apenas isso, estende seus tentáculos por todos os cantos de um país escroto construído á base de sangue negro. Mesmo assim, o fraco vice-presidente do país vem a público dizer que “querem importar” o racismo. Incrivelmente, muitos homens e mulheres negras ainda aplaudem tais afirmações como aqueles escravos negros que comemoravam festa da casa-grande, em tempos sombrios de nossa história.

Em contrapartida, milhares de pessoas se manifestam por algum motivo que já vivenciaram e lutam por uma causa. Lutar contra o racismo, hoje amparado pelo negacionismo dos preconceituosos covardes, é um de ver de todos. São milhares de pessoas que já sofreram dessa forma de preconceito; inclusive de negros que não gostam de brancos, pardos, etc...

No entanto, o caso do Carrefour, exacerbou ainda mais o espírito sanguinário dos assassinos, assim como em diversos outros casos que jamais teria o mesmo final fossem as vítimas pessoas brancas, de “status”. Não adianta os racistas virem com a ficha do cara, espalhando no Facebook (Pasmen!) para justificar o injustificável.

Não adianta postar foto de policial negro morto em confronto com criminosos para queimar manifestações legítimas. Não adianta selecionar fotos de negros batendo em brancos para sustentar o próprio ego. O momento é de reflexão no sentido de tentar entender porque diversas vezes um segurança de loja
coloca o radinho e conversa percorrendo corredores atrás de um negro. Será que precisarei filmar?

Enfim, no mercado, na rua, na família, em cada reduto deste Brasil e do mundo: o racismo é uma realidade. Deve ser, portanto, motivo constante lutas no sentido de executá-lo, exterminá-lo e fazer justiça por todos que nos deixam e nos deixaram, no mundo todo, por motivos de preconteito racial!

Racistas, não passarão!

 

 

 

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