quarta-feira, 13 de abril de 2022

A globalização da miséria.

    O desenvolvimento histórico do Estado tem encontrado entre os seus  principais atributos a limitação da ação humana.  Desde o Estado de natureza, os teóricos do pensamento político têm feito muito esforço para apresentar a forma com se estrutura, bem como a forma de atuação do Estado.  

    Nesse sentido,  o que esperar do Estado moderno?

    Tal questão torna-se ainda mais relevante no momento em que vivemos um processo de globalização, que gera uma considerável quebra de barreiras para os mercados ao mesmo tempo em que dissemina desigualdades sociais, acumulação de capital, miséria e pobreza por todos os cantos do mundo. Assim, a questão envolvendo o estado torna-se ainda mais relevante, uma vez comprovado que a economia jamais andará por si só, como defendia A. SMITH.
    Por volta dos anos 90, o desaparecimento do comunismo deu espaço para que o sistema capitalista se estabelecesse com soberania.  Nesse processo, os Estados nacionais formularam suas políticas econômicas pautadas em uma expansão cada vez mais tecnológica e global desse sistema.  Assim, a promessa de que o capitalismo seria uma grande salvação para os problemas globais aparece com cada vez mais ímpeto. 
    Neste contexto, fica difícil imaginar a globalização apenas como uma interpretação do que está ocorrendo no mundo. As consequências do processo de expansão da economia global são muito graves, especialmente enquanto tratamos de questões sociais como o desemprego, a fome, a miséria e outros.
    É nessa conjuntura que a ação do Estado precisa ser mais eficaz enquanto órgão regulador da sociedade contemporânea.  Assim,  espera-se que o estado permita a expansão da globalização,  mas sem abdicar de políticas de combate às desigualdades sociais em seu seio.
    A democracia liberal em sua ênfase no mercado privado não podem acarretar no desaparecimento do estado. Até porque, em momento de crise financeira e global, é no estado sustentado pelo contribuinte que o sistema capitalista encontra amparo. Um dos exemplos se mencionar é a crise de 2008, que atingiu a bolha imobiliária nos EUA e a espalhou pelo mundo.
    Em momentos de glória do capitalismo, o que se percebe é a concentração de riqueza nas mãos de uma minoria. Conforme relatório da ONU , em 1999, o crescimento econômico somente beneficiou os 10% mais ricos da população do EUA. Nos dias de hoje, a globalização da economia e o neoliberalismo  provocam diversos males as sociedades tais como desigualdade social, extinção de direitos, danos ao meio ambiente e outros.
    Em síntese,  não há que se falar em fim do Estado moderno; mas ,sim, o seu fortalecimento para que possa reduzir a ganância desenfreada dos capitalistas através de políticas tributárias mais justas e planos estruturais para reduzir a concentração de renda, permitir que os trabalhadores tenham condições mais dignas de vida e os miseráveis tenham um prato de comida na mesa.
    

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