terça-feira, 28 de abril de 2009

Rodando bolsinha...

Quanto aos escritos do último texto , confirmo que consegui assistir o filme até o seu final . Entrevista com o Vampiro é um filme muito bom e com ótimos cenários , muitos dos quais nos levam a imaginar como seria a vida por volta de algumas décadas atrás . Não cumprirei com o prometido - de contar partes do filme - e manterei o silêncio , pois não quero arrumar confusão com quem ainda não teve a oportunidade de vê-lo .
O texto de hoje pretende trazer um breve reflexão sobre o papel das prostitutas - sim ! Aquelas da Voluntários da Pátria , da Farrapos e arredores etc ... - na sociedade moderna . Deves estar se perguntando o porque de um assunto tão polêmico . Explico : tão polêmico quanto tal assunto , parece ser aquilo que pensamos quando somos imaturos , ou seja , mais jovens e sem muita noção sobre os obstáculo que a vida traz . Hoje mesmo , uma jovem , em uma esquina nas proximidades do Instituto de Educação Flores da Cunha , simulava aquilo que seria uma garota de programa - gesticulava com uma das mãos em círculo como se estivesse rodando uma bolsinha . Esta é a fase em que eu julgo ser a do cidadão "sem noção" . Não sabemos o que significa grande parte das coisas que falamos ou fazemos . Apenas repetimos os preconceituosos e antigos ensinamentos dos nossos antecedentes - que um dia chegaram aqui através dos colonizadores europeus no século XVI . Estes ensinamentos não são de agora ! São historicamente comprovados e ainda resistem ao longo do tempo em um país de dimensões continentais como o Brasil . É muito fácil olhar algo e julgar . O problema é contextuar este "algo" de forma a compreender de que modo ele atua de maneira importante para a sociedade na qual vivemos .
Não temo em afirmar que provavelmente a prostituição seja mais antiga que estes nossos preconceitos . Assim sendo , se ela resiste no tempo de forma intensa é porque produz efeitos muito importantes para a sociabilidade das pessoas . Não podemos esquecer que garotas de programa jamais deixarão de ser garotas .
Afinal de contas : o que uma prostituta tem de diferente de uma mulher qualquer ? Será que tem sentimentos diferentes ? Necessidades pessoais diferentes ? Talentos diferentes ? Será que ela fala , beija e abraça ? Será que tem família , filhos ? Acredito que o problema esteja mesmo no preconceito . Isso porque a nossa cultura discriminadora sempre tende a olhar a aparência e não a essência . Estou errado ? Convide o seu advogado a vestir-se de mendigo e , ao mesmo tempo , vista um mendigo de terno e gravata . Tudo pronto ? Faça com que os dois cheguem ao mesmo instante em um banco , ou - até mesmo - em um restaurante . Tudo pronto ? Então não preciso dizer mais nada , basta atentar para as reações .

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