Os dias atuais têm sido de muita
turbulência para quem costuma freqüentar ambientes carregados de “boas
maneiras” e poderes. Aqui no Brasil, os órgãos da federação resolveram colocar
as unhas de fora para ver quem manda mais, para ver quem será mais respeitado
pela sociedade.
Na atualidade, diz – se que os três
poderes da federação (Executivo, Legislativo e Judiciário) são harmônicos e
independentes. Em outras palavras, vivem de amores estratosféricos e gozam de
um individualismo sem igual. Pois, é o que dizem!
Sobre tais poderes, dizem, também, que
se encontram divididos para que possam fiscalizar – se mutuamente. Ou seja,
para evitar que venha a nascer um poder altamente centralizado e autoritário,
que consiga dominar a sociedade de tal maneira que a censura e o silêncio sejam
espalhados pelos quatro cantos do país.
Neste contexto, lamentavelmente,
entendo que estamos a passos lentos; mesmo assim, seguimos caminhando. Seguimos
retrocedendo e, cada vez mais, estamos nos aproximando de uma forma de governo
fortemente caracterizada de forma autoritária. A nossa pseudodemocracia apaga –
se como o amanhecer de um lindo inverno, lentamente.
Quem sabe tentamos uma breve
compreensão sobre o que vem acontecendo por entre as veias do corpo poderoso.
As recentes discussões entre o poder Legislativo e o poder Judiciário; mais
ainda, o Executivo tecendo vetos e falando “mais do que o necessário” nesta
imprensa tão direcionada e nada imparcial que cerca os nossos meios de
comunicação.
Certamente, estes conflitos acabarão -
em um futuro nem tão distante - por conduzir o país a um comando unitário,
ilegítimo e autoritário. E isso tudo com o aval da grande população, que ignora
a política achando que todos são corruptos e nada fazem pelo bem da sociedade.
Mas, então, não vivemos um sistema de
governo representativo? Pois este é um dos condutores “chefes” que conduzirão
todo o sistema até uma forma de governo autoritária. Refiro – me aos políticos
que foram eleitos pelo voto popular e gozam de todo um aparato de regalias que
muito custaria a um cidadão brasileiro qualquer.
Neste contexto, nossos “representantes”
elaboram leis de toda a espécie para que a sociedade sobreviva de forma
harmônica. Ora, mas isso é uma coisa; agora, criar normas por interesses
políticos/partidários a ponto de calar a Justiça de um país? Ou, como afirmou o
ministro Gilmar Mendes: “rasgar a Constituição”? Aí já me parece uma
exacerbação da alienação por parte daqueles que nada possuem além do poder.
Normas que desejam limitar o poder de
investigação do Ministério Público, apenas um exemplo. Outro ainda mais
impactante? A proposta de um petista (Logo qual partido?) que concede mais
competência ao Congresso Nacional do que ao órgão máximo de justiça do país
(Supremo Tribunal Federal) na interpretação sobre a constitucionalidade das
leis!
Enfim, quando começamos a silenciar o
sistema judiciário de um país, parece que estamos nos aproximando de uma grande
ruptura com o sistema democrático. Ainda mais no Brasil, onde esse sistema já
é, por natureza, muito controverso. Mas isso não é por acaso, basta perceber o
trabalho que o Ministério Público tem feito para condenar os envolvidos em
crimes de “colarinho branco”. Com certeza, são investigações / revelações que
tiram o sono de muitos políticos descartáveis, que se dizem “eleitos pelo voto
popular”.
Quanto ao STF, condenou muitos
integrantes de uma legenda envolvida “até os dentes” no famoso “ Mensalão ”.
Portanto, fica fácil perceber que a proposta para restringir os poderes do STF
venha de um político deste partido, que teve muito dos seus companheiros
condenados. Enquanto isso, seu maior líder e moralista se tornará um notório
colunista de jornal do exterior. Que grande exemplo a ser seguido!
E continuamos, como disse, caminhando.
A passos lentos, mas chegando ao destino: o autoritarismo daqueles que desejam
o silêncio a todo o custo!
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