Assim
como em algumas outras oportunidades; dias atrás, passei ( Mesmo que como um
atento observador ) por um momento de turbulência enquanto rumava ao trabalho,
no centro da cidade. Na atualidade, as pessoas estão alienadamente buscando
cumprir o seu dever diário que a sociedade ( Diga – se o sistema exploratório
capitalista, de produção! ) lhe impõe: trabalhar, ir para casa e dormir! No
outro dia: trabalhar, ir para a casa e dormir. Diante de tamanha escravização
cotidiana, visto que viver dignamente tem este preço, aconteceu algo um tanto
curioso:
Uma
senhora, que não precisaria estar na fila para pegar o ônibus, se exaltou com
um rapaz que estava a sua frente. Argumentava ela que o rapaz foi chegando de
“mansinho” e acabou ficando por ali, sem fazer o correto, segundo ela: ir para
o final da fila. Mais ainda, a senhora estava exaltada porque não poderia se
atrasar para chegar ao trabalho e que não poderia esperar o próximo coletivo,
que sairia 10 minutos depois. Aquela senhora me fez lembrar de Georg Simmel, na
hora!
Impressionante
como a correria cotidiana e a escravização em massa criam um falso
desenvolvimento social, ao mesmo tempo em que corroem o conhecimento e propagam
a ignorância entre as pessoas. A senhora estava tão “nervosa” que não conseguia
pensar que tinha uma pequena fila paralela, destinada aos idosos, gestantes ou
deficientes. Seria uma das primeiras a entrar e escolher quaisquer assentos
preferenciais, que estavam desocupados. Neste sentido, parece que o mercado
capitalista, que guia a ganância dos patrões em busca do lucro a todo o
instante, acelerou o ritmo das ruas e entorpeceu a mente das pessoas, fazendo –
as ignorantes em relação aos seus próprios direitos.
Voltando
ao título deste texto, lembrei de Georg Simmel por toda a contribuição para a
sociologia que este autor dedicou. Ao pensar sobre temas como a modernidade e a
importância social do dinheiro, podemos fazer uma relação com este caso
relatado acima. A “tia nervosa” está por todos os cantos da sociedade
brasileira e do mundo. As pessoas não podem mais perder um minuto se quer de
seu precioso tempo; elas precisam correr e produzir a todo o custo, a todo
instante. Neste sentido, reclamam de qualquer coisa, buzinam seus carros
freneticamente no trânsito, brigam e, não raramente, se matam por qualquer
coisa ou se extressam por qualquer motivo fútil.
Em
síntese, a correria e as múltiplas tarefas presentes na sociedade estão fazendo
com que o ser humano se transforme em um mero objeto de mercado. Funcionando
perfeitamente, a vida segue; do contrário, podem ter certeza de que o patrão o
descartará como um pedaço de papel inútil. Pensando em Georg Simmel, mais uma
vez, deixo um conselho: cuidado ao pedir aumento de salário ou valorização ao
seu patrão ou superior! Você pode correr o risco de ouvir a seguinte resposta:
“Se
eu abrir uma vaga, no seu cargo, a fila dobrará a esquina! Portanto, não
reclame, pois na rua a situação está bem pior!”
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